Um Benfica moralizado e com um golo de vantagem, mas muito desfalcado na defesa, joga quarta-feira no ‘gelo’ de São Petersburgo, face ao Zenit, um lugar nos quartos de final da Liga dos Campeões em futebol.
O sueco Lindelöf, que começou a época na equipa B, é o único central à disposição do treinador Rui Vitória, que não pode contar com os lesionados Júlio César, Luisão e, provavelmente, Lisandro López e os castigados André Almeida e Jardel.
Assim, será com um setor recuado ‘remendado’ que o Benfica jogará o seu futuro na ‘Champions’, frente a um conjunto que na frente tem jogadores da qualidade do ex-portista Hulk ou de Dzyuba, sem esquecer Danny, Kokorin ou Shatov.
As dificuldades parecem muitas, mas o Benfica tem sabido, ao longo da época, dar a volta a este tipo de adversidades, como prova a liderança no campeonato e a presença nos ‘oitavos’ da Liga dos Campeões e nas ‘meias’ da Taça da Liga.
O primeiro lugar da I Liga, conquistado no sábado, com um triunfo em Alvalade por 1-0, face ao Sporting, e reforçado domingo, com o desaire por 3-1 do FC Porto em Braga, colocou a moral dos ‘encarnados’ em alta.
A equipa está bem, seguindo com quatro triunfos consecutivos e 15 nos últimos 16 jogos, com um infeliz 1-2 face ao FC Porto pelo meio, e chega a São Petersburgo com uma importante vantagem, a de ter ganhado sem sofrer golos.
Um golo do goleador brasileiro Jonas, já nos descontos, aos 90+1 minutos, valeu um triunfo caseiro por 1-0, que, nas taças europeias, valeu ao Benfica o apuramento em 11 de 12 eliminatórias, incluindo numa das duas presenças nos ‘oitavos’.
Face ao então campeão europeu Liverpool, o Benfica venceu em casa por 1-0, com um tento de Luisão, e fez ainda melhor em Anfield Road, vencendo por 2-0, com tentos de Simão e Miccoli.
Na outra vez que esteve nos ‘oitavos’, o Benfica superou precisamente o Zenit (derrota por 3-2 fora seguida por triunfo por 2-0 em casa), sendo que, em 1994/95, passou diretamente da fase de grupos para os quartos de final.
Em caso de faturar no Estádio Petrovsky, o Benfica sabe que os russos terão de marcar três, o que, à luz dos números mais recentes, não parece ser uma tarefa fácil para o conjunto comandado pelo português André Villas-Boas.
A formação russa não venceu nenhum dos últimos três jogos antes da paragem invernal, em dezembro, e, desde o regresso, só ganhou um de três jogos, e no prolongamento, sendo que, nestes seis embates, nunca marcou mais de um golo.
Para encontrar um golo com dois golos é preciso recuar a 24 de novembro, ao 2-0 ao Valência para a ‘Champions’, sendo que, três dias antes, o Zenit bateu o Ufa por 3-0.
Apenas com três jogos desde a paragem, o primeiro na Luz, o conjunto russo, que segue apenas em quinto no seu campeonato, a nove pontos do líder CSKA Moscovo, parece longe do seu melhor e também não se apresenta na máxima força.
Se o Benfica perdeu na Luz André Almeida e Jardel, os russos ficaram sem o defesa esquerdo italiano Criscito e o médio espanhol Javi Garcia, que já alinhou no Benfica, tal como Garay ou Witsel, ambos titulares indiscutíveis do Zenit.
O reforço de inverno Zhirkov e Yusupov poderão ser as novidades no ‘onze’ russo, enquanto Rui Vitória, se não tiver mesmo Lisandro, poderá fazer alinhar Samaris ao lado de Lindelöf, com o regressado Fejsa no meio campo.
O guarda-redes Ederson, que se estreou em Alvalade, face à lesão de Júlio César, jogará na baliza, com Nélson Semedo na direita da defesa, em vez de André Almeida.
Assim, o Benfica poderá alinhar com Nélson Semedo, Lindelöf, Samaris e Eliseu, à frente de Ederson, um meio campo com Fejsa e Renato Sanches, ao meio, e Pizzi e Gaitán, nas alas, no apoio aos avançados Jonas e Mitroglou.
Antes do encontro do Benfica, marcado para as 20:00 locais (17:00 em Lisboa) de quarta-feira, os ‘quartos’ conhecem na terça-feira os dois primeiros ‘inquilinos’, em dois confrontos que já parecem definidos.
O Real Madrid, de Cristiano Ronaldo e Pepe, recebe a Roma, depois de ter vencido em Itália por 2-0, enquanto o Wolfsburgo, de Vieirinha, é anfitrião do Gent, que bateu na Bélgica por 3-2.
Na quarta-feira, depois do confronto entre Benfica e Zenit, chegará a bem mais interessante receção do Chelsea ao Paris Saint-Germain, após o ‘perigoso’ 2-1 para os gauleses no Parque dos Príncipes.
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