O Benfica vai promover, a partir de quinta-feira e até ao final de março, a recolha de alimentos enlatados, para serem enviados para Moçambique, no quadro da ajuda às vítimas da passagem do ciclone Idai.

"Perante a tragédia que assolou Moçambique na sequência do ciclone Idai, o Sport Lisboa e Benfica manifesta a sua total solidariedade com o povo moçambicano e, através da Fundação Benfica, promove e apela a uma ampla mobilização nacional para a recolha e envio de alimentos enlatados para fazer face às necessidades de ajuda humanitária", informa o clube.

A partir de quinta-feira, as contribuições devem ser entregues em qualquer Casa do Benfica, mantendo-se o período de recolhas até 31 de março. No estádio da Luz, os contributos serão recebidos a partir do dia 27, também até ao fim do mês.

"Apelamos à participação de todos os portugueses individualmente e organizações associativas ou outras que pretendam realizar recolhas, a quem disponibilizamos espaço de transporte gratuito nos contentores fretados pela Fundação Benfica", acrescenta o clube, que frisa ainda que a oferta de colaboração "é extensível a todos os clubes desportivos que pretendam organizar recolhas e não tenham assegurado o seu transporte".

A passagem do ciclone Idai em Moçambique, Maláui e Zimbabué já provocou mais de 300 mortos, segundo balanços provisórios divulgados pelos respetivos governos.

Em Moçambique, o Presidente da República, Filipe Nyusi, anunciou na terça-feira que mais de 200 pessoas morreram e 350 mil “estão em situação de risco”, tendo decretado o estado de emergência nacional. O país vai ainda cumprir três dias de luto nacional, até sexta-feira.

O Idai, com fortes chuvas e ventos de até 170 quilómetros por hora, atingiu a Beira (centro de Moçambique) na quinta-feira à noite, deixando os cerca de 500 mil residentes na quarta maior cidade do país sem energia e linhas de comunicação.

A Cruz Vermelha Internacional indicou na terça-feira que pelo menos 400 mil pessoas estão desalojadas na Beira, em consequência do ciclone, considerando tratar-se da “pior crise” do género no país.