Benfica e Sporting vão encarar num “bom momento” o dérbi de sexta-feira, da 13.ª jornada da I Liga, frisou o ex-futebolista Luís Filipe, confiante num jogo de “resultado incerto”, mesmo atribuindo “55% de favoritismo” aos anfitriões.
“Sabendo que, ao jogar em casa, o Benfica tem um pouco mais de favoritismo, o Sporting tem demonstrado que vai a todos os campos para ganhar. Acima de tudo, acredito num duelo disputado e equilibrado”, referiu à agência Lusa o ex-defesa de ‘águias’ e ‘leões’.
O Benfica, terceiro colocado, com 31 pontos, recebe o campeão nacional Sporting, segundo, com os mesmos 32 do líder FC Porto, na sexta-feira, às 21:15, no Estádio da Luz, em Lisboa, logo após a visita dos ‘dragões’ ao Portimonense no arranque da ronda.
“Por norma, são equipas organizadas, fortes coletivamente e que defendem muito bem. Pode haver um ou outro atleta a criar desequilíbrios, mas o coletivo vai garantidamente superiorizar-se ao individual e quem for mais forte nisso pode levar a melhor”, apontou.
Nessa “luta pelo espaço”, Luís Filipe reconhece nas ‘águias’ individualidades que “podem desequilibrar de um momento para o outro, enquanto os ‘leões’ valem “pelo seu todo”, à parte do contributo de Pedro Gonçalves, melhor marcador da edição 2020/21 da I Liga.
“No Sporting, nota-se um crescimento de todos os jogadores, que eram jovens e tinham naturalmente muito para evoluir. É uma equipa bem mais madura, forte coletivamente e senhora de saber aquilo que faz dentro de campo. Isso vê-se a olhos vistos. Em relação ao Benfica, já com a maior parte dos jogadores feitos, a única diferença de uma época para a outra é estar a jogar quase sempre num esquema de três centrais”, caracterizou.
Ressalvando que “ainda muita coisa pode mudar” após a conclusão do primeiro terço de campeonato, o ex-lateral, que alinhou em Alvalade (2001-2004) e na Luz (2007-2011), vê um papel acrescido dos ‘clássicos’ e dérbis face à proximidade pontual entre ‘grandes’.
“Normalmente, não fazem tanta diferença, porque, às vezes, as equipas mais pequenas acabam por prejudicar um clube ‘grande’. Neste momento, e como até agora perderam muito poucos pontos e continuam em igualdade de circunstâncias, é óbvio que estes confrontos diretos fazem toda a diferença e um pode distanciar-se do outro”, enquadrou.
Os eternos rivais “devem defrontar-se a máxima força” antes da despedida da fase de grupos da Liga dos Campeões, na qual o Sporting já assegurou a passagem aos oitavos de final antes de visitar os holandeses do Ajax na terça-feira, objetivo que o Benfica perseguirá um dia depois na receção aos ucranianos do Dínamo Kiev, precisando ainda de um deslize dos espanhóis do FC Barcelona frente aos alemães do Bayern Munique.
“Mesmo que não fosse um dérbi, as equipas têm de pensar sempre em tentar ganhar o próximo jogo com os seus melhores atletas e depois logo se vê. Este jogo não vai fugir à regra. Os treinadores não pensarão em poupanças e vão jogar com todas as armas, independentemente de o Benfica precisar da ronda europeia e o Sporting não”, analisou.
O conjunto de Rúben Amorim ganhou os seis jogos disputados em outubro e os cinco em novembro, estando na terceira melhor série vitoriosa de sempre do Sporting em todas as provas, a cinco triunfos de igualar o máximo fixado pelo inglês Robert Kelly em 1946/47.
O cabo-verdiano Jovane Cabral e Rúben Vinagre estão lesionados, agora a par de João Palhinha, que deixou o relvado em lágrimas na vitória sobre o Tondela (2-0), devido a queixas musculares na região posterior da coxa direita, sendo ausência certa no dérbi.
“É um jogador-chave e não há outro igual, mas acredito que há jogadores capacitados para rendê-lo de maneira diferente. Pode ser Manuel Ugarte ou Daniel Bragança, sendo que dependerá daquilo que o Rúben Amorim pretender para o jogo e é observado no adversário”, avaliou Luís Filipe, que festejou a ‘dobradinha’ pelos ‘leões’ em 2001/02.
No Benfica, além dos brasileiros Lucas Veríssimo e Rodrigo Pinho, que recuperam de lesões ligamentares no joelho, o sérvio Nemanja Radonjic continua com problemas na coxa direita e deve parar mais uma semana, faltando conferir se Jorge Jesus já poderá convocar Diogo Gonçalves na ‘ressaca’ de um jogo surreal frente ao Belenenses SAD.
Os ‘azuis’, afetados por um surto de covid-19, iniciaram a partida com nove jogadores, dois dos quais guarda-redes, e recomeçaram com sete após o intervalo, tendo a lesão de João Monteiro antecipado o fim aos 48 minutos, quando as ‘águias’ venciam por 7-0.
“Sem dúvida, é uma imagem muito má que deixa do futebol nacional e não pode voltar a acontecer. Por muito que o dérbi seja um grande espetáculo e um grande jogo, não vai apagar as cenas que se viram em todo o mundo”, lamentou o ex-defesa direito, vencedor de um campeonato, em 2009/10, e uma Taça da Liga, em 2010/11, pelos ‘encarnados’.
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