O treinador do Beira-Mar elogiou o trabalho da equipa na Liga de futebol, mas sublinhou que esta deveria ter mais quatro ou cinco pontos, no balanço da época, após o último encontro do ano civil da formação "aurinegra".
No almoço de Natal, que juntou dirigentes, equipa técnica, plantel e funcionários, o treinador sublinhou:
«Vamos fazendo o nosso trabalho de forma equilibrada, mas, neste momento, deveríamos ter mais quatro ou cinco pontos», disse.
Apesar de ocupar a sétima posição com 16 pontos, Bento não quer entrar em euforias:
«O nosso objetivo é a manutenção, mas se pudermos fazer mais pontos, tanto melhor. A nossa ideia é tentar ganhar cada jogo que fazemos e, por isso, 16 pontos nesta altura não é mau.»
O técnico mostrou-se satisfeito, mas recusou o mérito dos resultados dos aveirenses:
«Não faço análises individuais ao meu trabalho, sempre disse que o trajeto das equipas é feito em conjunto, cada um tem o seu papel e o trabalho de todos é importante para que as coisas se concretizem.»
Rui Bento lembrou os momentos menos conseguidos da temporada, mas mostrou-se confiante para o restante campeonato:
«Normalmente, quando os jogos não são tão conseguidos e os resultados não aparecem, é normal que os adeptos se manifestem.»
«Respeito isso mas normalmente tenho confiança naquilo que faço e acho que a forma como trabalho é o caminho e, como tal, não me desvio dele», ressalvou o treinador, que acrescentou:
«Estou aqui para contribuir com aquilo que sei e que posso para tentar melhorar o clube e concretizar objetivos.»
Quanto ao balanço da estreia na Liga como treinador, Rui Bento afirmou:
«A vida de treinador é sempre dura e depende sempre da exigência que colocamos ao nosso trabalho», destacando:
«Os jogos tem sempre grande carga, é um contexto de pressão constante mas também não é nada que não esteja habituado.»
O técnico criticou, contudo, a "ditadura" dos resultados imediatos imposta aos treinadores a atuar no campeonato nacional:
«Há muita coisa para crescer no futebol português e uma delas é a cultura desportiva. Sabemos e compreendo que vivemos numa sociedade muito competitiva, em que os resultados têm que aparecer no estalar dos dedos e isso é, na minha opinião, um dos fatores que tem condicionado o estado em que o futebol português está», frisou.
O treinador falou da aproximação do mercado de inverno e da possibilidade de perder jogadores:
«Poucos serão os clubes que não terão necessidade de projetar jogadores e de vender, porque o futebol vai ter que se sustentar com aquilo que é o seu produto: qualidade de jogo e desenvolvimento de atletas.»
Ausentes do almoço de Natal, estiveram apenas Zhang, Cristiano e Yohan Tavares, que foram passar o Natal à China, Brasil e França, respetivamente.
O plantel "aurinegro" regressa aos trabalhos a 27 de dezembro para preparar a receção ao Sporting Braga, da 14.ª jornada da Liga.
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