O Sporting de Braga considerou hoje que a divulgação das nomeações de árbitros pelo agente de futebolistas César Boaventura representa “mais uma fuga verdadeiramente inaceitável” e é revelador “da falência e da permeabilidade do setor” da arbitragem portuguesa.

“[...] Há, de facto, algo muito preocupante em torno da arbitragem em Portugal, como ainda agora verificamos, ao constatar um post de César Boaventura publicado na quinta-feira e que revela uma conversa de WhatsApp em que pessoas externas ao futebol divulgam as nomeações para os jogos em que participariam Sporting, Sporting de Braga e FC Porto nos dias seguintes. Tudo bateu certo”, observou o clube minhoto.

Em comunicado publicado no site oficial, o Braga pede que os responsáveis pelo futebol português respondam “com celeridade” a várias questões, nomeadamente: “Como é que agentes externos têm acesso a informação classificada? Quem é que está a passar tais informações? A quem servem essas informações? De que forma é que tal acesso condiciona e influencia as arbitragens?”.

“Sendo as nomeações feitas em total secretismo, apenas do conhecimento de quem nomeia (o Conselho de Arbitragem) e dos próprios nomeados (o árbitro do Feirense-Braga, por exemplo, desconhece a nomeação para o FC Porto-Santa Clara), torna-se absolutamente revelador da falência e da permeabilidade do setor esta nova confirmação de que indivíduos estranhos ao futebol e às suas estruturas possam ter acesso a informações classificadas”, denuncia o Sporting de Braga.

O clube ‘arsenalista’, quarto classificado da I Liga, reagiu à publicação feita na quinta-feira por César Boaventura, na qual dava a conhecer os árbitros dos jogos Nacional-Sporting (Carlos Xistra), FC Porto-Santa Clara (Manuel Oliveira) e do Feirense-Sporting de Braga (Fábio Veríssimo), ainda antes de terem sido tornadas públicas.

“O Braga reclama a legitimidade de questionar a relação de causa-efeito entre a provada [intromissão] de indivíduos ou grupos de adeptos relacionados com os três clubes com os quais o Braga tem discutido os títulos nacionais e as gritantes desigualdades de critérios que se verificam nos relvados de Portugal”, assinala o comunicado.