Bruno Carvalho deu esta segunda-feira uma conferência de imprensa onde arrasou o primeiro ano de mandato de Godinho Lopes enquanto presidente do Sporting.
Um ano depois das eleições que decretaram Godinho Lopes como presidente, Bruno Carvalho pediu à comunicação social que o tratasse como o candidato mais votado e não como o candidato derrotado.
«Este é um dia importante para mim e para o Sporting. Há um ano terminava a campanha eleitoral e realizavam-se as eleições. Um ano depois, o balanço é de uma gestão caótica, depois de um ato vergonhoso. De todos os candidatos fui o único a contar a verdade e possibilitei a formação de uma onda verde e branca que demonstra que o Sporting está vivo. Não me refuguei no ataque a outros e nas calúnias, embora haja quem não se importe de denegrir o Sporting em interesse próprio.»
O candidato do Sporting às eleições de um ano relembrou as ilegalidades do ato eleitoral, com a «tomada de posse de quem não venceu as eleições e destruição dias antes do prazo legal das provas que o comprovavam».
«Se tivesse sido eleito», frisou Bruno Carvalho, «nunca teria destruído essas provas e teria promovido eleições nos dias seguintes. É a diferença entre quem quer servir e quem se quer servir do Sporting».
Bruno Carvalho afirmou a sua legitimidade em fazer um balanço de um ano de mandato da direção presidida por Godinho Lopes e deixou então duras críticas à gestão que tem reinado em Alvalade.
«Estou disposto a correr todos os riscos pelo clube que amo. Nunca procurei tachos e a minha missão era construir um Sporting maior e melhor. Não me considero um salvador. Apenas me considero diferente e sem medo de enfrentar dificuldades. Oponho-me à mediocridade, à mentira, aos esquemas… O meu amor pelo Sporting nunca o matarão. Com estas palavras sei que hoje poderei despoletar o meu processo de expulsão de sócio do Sporting.»
Seguidamente, o candidato às últimas eleições apontou os erros da gestão de Godinho Lopes, enumerando as prommessas não cumpridas do presidente leonino:
«Os 100 milhões de euros para o clube foram uma mentira, pois esta direção já contraiu divida que coloca em causa a sobrevivência do clube. Esta promessa foi uma mentira que vai prejudicar o futuro do nosso clube. Aliás, já foram recebidos e gastos 38 milhões de euros provenientes de receitas antecipadas, 20 dos quais de vendas futuras. A negociação com banca apenas levou a um aumento da divida em 40 milhões de euros. Outra mentira e o resultado é a falência técnica do clube. O passivo subiu em 31 milhões de euros, chegando aos 231 milhões. O Sporting já tem os próximos anos comprometidos financeiramente e assumiu obrigações com a banca de 68 milhões de euros.»
Ainda no plano financeiro, Bruno Carvalho apontou também as consequências do falhanço a nível desportivo da época leonina:
«Do investimento de 34 milhões, 11 milhões foram gastos em comissões e prémios de assinatura. Alguns jogadores foram colocados em fundos, não são do Sporting, e em alguns casos abaixo do preço de custo. Mais uma mentira de Godinho Lopes, que disse que os jogadores não passariam a fundos antes de um a dois anos. Para que se perceba, se o Sporting vendesse todos os seus jogadores agora, ainda se daria o caso de ficar a dever dinheiro.»
A terminar, Bruno Carvalho lembrou que «um líder fraco faz fracas as suas gentes», sublinhando que «não foi cumprida qualquer promessa da campanha eleitoral».
Quanto à fusão da SAD leonina com a SPM, Bruno Carvalho alertou para o efeito ficcionado desta operação e exigiu que tal só se realize mediante a realização de uma Assembleia Geral extraordinária com a participação dos sócios.
«Esta proposta de fusão da SPM com a SAD é uma infâmia e uma ficção, em que não entra qualquer dinheiro no clube. Ao fim de alguns meses, os capitais próprios da SAD estarão novamente negativos e ficará tudo na mesma. Trata-se da passagem do único bem valioso para outras mãos: a propriedade do direito de superfície do terreno do estádio. Estas pessoas querem acabar com o Sporting e o poder dos seus sócios, transformando um clube centenário num mendigo», concluiu.
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