Bruno de Carvalho afirmou que o governo tem de deixar de ter medo de agir sobre as questões relacionadas com o clima de crispação no futebol português. Num longo texto, o presidente do Sporting divulgou uma série de pontos em que explica as ações do clube leonino sobre este tema.

No texto, Bruno de Carvalho deixa ainda algumas sugestões de como o governo poderia agir e medidas que visa coimas mais altas para quem pratica o tipo de atos que representa no seu texto.

"Está na hora de o Governo e de os partidos políticos deixarem de ter medo e assumirem as suas responsabilidades em tudo o que se está a passar:
1. Fazer um mea-culpa (todos), porque, durante os seus mandatos, não actuaram perante os constantes alertas e informações dadas pelo Sporting CP e as constantes evidências que vinham e vêm a público;
2. Ter, de vez, uma intervenção directa no futebol, com a criação de um organismo independente para a arbitragem e outro para a disciplina e justiça desportivas (e esta tendo de estar sempre sujeita às Leis Gerais do Estado);
3. Aumento das penas para quem tenha claques ilegais e para quem promova condutas de tentativa ou de concretização de práticas, passivas ou activas, de corrupção e viciação da verdade desportiva;
4. Não ter medo de ac
tuar em conformidade apenas porque as pessoas são Presidentes dos Clubes, e ter a coragem de fazer o que já foi feito, por exemplo, em Itália com a Juventus, em Espanha com o Presidente da Real Federação Espanhola, ou na Alemanha com o Presidente do Bayern de Munique;
5. Controlar a actuação do IPDJ, ou mesmo a sua intolerável inoperância;
6. Assumir as suas culpas no famoso caso Totonegócio e acabar com essa dívida indevida e devolver aos Clubes o excesso já pago por estes;
7. Para a credibilização e dignificação do futebol português, decretem que a realização e produção dos jogos não possa ser feita pelos próprios clubes;
8. Decretar que todas as receitas de apostas do futebol (nacional e internacional), venham para os clubes. E o das apostas das restantes modalidades que, os clubes que as têm, as recebam também na totalidade;
9. Que decretem que a Liga seja apenas para a promoção e potenciação do negócio do futebol;
10. Que decretem que a FPF tenha apenas a seu cargo o futebol de formação, as Selecções Nacionais e o futebol amador, tendo de garantir o pagamento do VAR e da tecnologia da linha de golo nas competições oficiais, pois são os clubes que lhes fornecem os jogadores para as Selecções;
11. Respeitar os amantes do desporto, colocando o IVA dos bilhetes do futebol, de imediato, na taxa igual ao dos restantes espectáculos e, finalmente, descer todos para 7% (23% - 13% - 7%);
12. Decretar que o Presidente da Liga e o Presidente da FPF não são escolhido", escreveu Bruno de Carvalho.

O dirigente leonino pede uma intervenção no dia em que um grupo de especialistas de marketing alertam para riscos do discurso inflamado no futebol e em como esse tipo de comportamentos pode ter ações negativas para todos os clubes.