Bruno de Carvalho reforçou, esta quinta-feira, que não se demite da presidência do Sporting e insiste que não reconhece Jaime Marta Soares como presidente da Mesa da Assembleia Geral.
"Não nos demitimos. Não assumimos que a Comissão de Fiscalização tenha alguma legalidade e não achamos minimamente que Jaime Marta Soares seja presidente de mesa nenhuma", disse Bruno de Carvalho na conferência de imprensa que está a decorrer esta quinta-feira.
Esta tomada de posição surge no dia em que o Tribunal da Comarca de Lisboa considerou ilegal a Comissão Transitória da Mesa da Assembleia Geral (MAG) nomeada pela Direção do Sporting, bem como as reuniões magnas marcadas para 17 de junho e 21 de julho.
"Esta decisão diz que não se faça a AG de 17 de junho e 21 de julho. Ponto. Nas alegações que fazem, vão buscar a argumentação da parte, porque não fomos ouvidos. O Tribunal não tornou nada ilegal. Não disseram que a Comissão Transitória que era ilegal. Zero. É mentira", acrescentou o líder dos 'leões', não reconhecendo legalidade à AG de 23 de junho.
"Não reconhecemos Jaime Marta Soares como presidente da MAG, não reconhecemos a Comissão de Fiscalização, que eu chamo de pelotão de fuzilamento. Não reconhecemos a forma como foi convocada a AG de dia 23, porque está ferida de legalidade. Fomos expulsos de sócios e que não podemos participar na mesma porque não somos sócios a dia 23 mas vamos disponibilizar aos associados os serviços para que se permita que o ex-presidente da MAG e que se entitula ainda presidente venha amanhã conferir todas as formalidades, todos os votos que diz que tem e nós, aos sportinguistas, conferimos os meios necessários para que essa AG decorra. E inclusivamente vamos dar ordem para que seja paga essa AG. Fazemos isto em nome dos sportinguistas e não em nome dos superiores interesses do Sporting. Andamos a 'brincar ao Sporting' com estas rescisões", referiu.
O presidente 'leonino' deixou ainda um aviso e uma condição para a AG de 23 de junho: "Se a destituição não for declarada vamos cobrar o que for gasto, até ao último cêntimo, a Jaime Marta Soares. Se não for acaso não houver destituição tudo será cobrado a Jaime Marta Soares. E queremos que em cada urna esteja um elemento indicado por nós para também termos a certeza de que os resultados sejam fidedignos."
A crise no Sporting teve origem na perda do segundo lugar do campeonato, na última jornada, para o Benfica e acentuou-se dias depois, em 15 de maio, quando cerca de 40 pessoas encapuzadas invadiram a Academia do Sporting, em Alcochete, e agrediram alguns futebolistas e elementos da equipa técnica, com a GNR a deter 27 dos atacantes, que ficaram em prisão preventiva.
Entre estes detidos, que ficaram em prisão preventiva, estão Fernando Mendes, ex-líder de claque Juventude Leonina, e o condutor do BMW azul que no dia das agressões entrou nas instalações da Academia do Sporting em Alcochete e retirou alguns dos alegados agressores.
Na sequência destes incidentes, os futebolistas Rui Patrício e Daniel Podence apresentaram a rescisão por justa causa, enquanto o treinador Jorge Jesus rescindiu por mútuo acordo para assinar pelos árabes do Al Hilal. Bruno de Carvalho anunciado inclusivamente que avançou com processos crime contra ambos os jogadores.
No âmbito de uma investigação do Ministério Público sobre alegados atos de tentativa de viciação de resultados em jogos de andebol e futebol, tendo como objetivo o favorecimento do Sporting, foram constituídos sete arguidos, incluindo o 'team manager' do clube, André Geraldes.
Na sequência destes acontecimentos, a maioria dos membros da Mesa da Assembleia Geral (MAG) e do Conselho Fiscal e Disciplinar (CFD) e parte da direção apresentaram a sua demissão, defendendo que o presidente Bruno de Carvalho não tinha condições para permanecer no cargo.
Após duas reuniões dos órgãos sociais, o presidente demissionário da MAG, Jaime Marta Soares, marcou uma Assembleia Geral para votar a destituição do Conselho Diretivo (CD), para 23 de junho – sobre a qual foi interposta uma providência cautelar para a sua realização pela MAG que foi indeferida liminarmente pelo Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa - e criou uma comissão de fiscalização para evitar o vazio provocado pela demissão da maioria dos elementos do CFD.
O CD do Sporting decidiu substituir a MAG e respetivo presidente através da criação de uma Comissão Transitória da MAG, que, por sua vez, convocou uma Assembleia Geral Ordinária para o dia 17 de junho, para aprovação do Orçamento da época 2018/19, análise da situação do clube e para esclarecimento aos sócios e convocar uma Assembleia Geral Eleitoral para a MAG e para o CFD para o dia 21 de julho.
Esta quinta-feira, o Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa considerou ilegal a comissão transitória da Mesa da Assembleia Geral (MAG) nomeada pela direção do Sporting, bem como as reuniões magnas marcadas para 17 de junho e 21 de julho.
Na apreciação de uma providência cautelar interposta pelo presidente eleito da Mesa da Assembleia Geral do Sporting, Jaime Marta Soares, e a cuja decisão a Lusa teve acesso, o tribunal considerou inexistente a comissão transitória por violar os estatutos do clube, conforme tem sido defendido por Marta Soares.
O tribunal ordenou ainda às forças policiais que tomem diligências no sentido de impedirem a realização das assembleias, usando as medidas coercivas que entenderem necessárias.
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