Bruno de Carvalho destacou o papel de Rui Patrício no balneário do Sporting, mas criticou o comportamento do guarda-redes perante os adeptos depois da chegada a Lisboa a seguir à derrota em Madrid.

"O Rui Patrício tem tempo suficiente e respeito-o. Ele disse-me que fui o único presidente a pedir para deixar uma camisola no museu do Sporting. É um jogador importante do Sporting. Não pode, não deve, nos estacionamentos do Sporting, dirigir-se aos adeptos chamando-lhes nomes e dizendo que estavam pagos. Falo quando chegaram de Madrid", disse.

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"Rui Patrício sabe mais do que isto. Tem mais inteligência emocional do que isto. Não devia entrar neste tipo de situações com os adeptos, temos de saber medir o que fazemos e dizemos. Alguma vez estou a dizer que isso merece um ato criminoso? Nunca.", acrescentou.

Reunião de segunda-feira em Alvalade

O presidente leonino explicou ainda o que se passou na reunião, em Alvalade, entre direção e jogadores depois da derrota na Madeira. 

"Segunda-feira, tive uma reunião com a equipa técnica e aí estiveram presentes todos os membros da comissão executiva, e depois com os jogadores e staff. Com os jogadores, a conversa foi muito franca e aberta, falámos do resultado da Madeira, mas que tínhamos de esquecer a frustração. Tinha sido muito pesado para o Sporting e para os sportinguistas, mas tínhamos que nos focar no que é um troféu que ainda podemos conquistar. Perguntei se estavam imbuídos desse espírito, foi uma época desgastante e responderam que sim. Especificamente, fui perguntar a um atleta se tinha a noção do que era virar-se a um líder de uma claque. E ele respondeu que tinha o sangue quente. Disse-lhe que temos de ter atenção ao que fazemos. Falei com outro e perguntei ‘E tu?’. ‘Não, só fui ajudar’. Virei-me e, em véspera do ataque hediondo, disse aos jogadores, que se houvesse qualquer indício ou ameaça, que por favor transmitissem de imediato ao André [Geraldes] ou a mim", ressalvou Bruno de Carvalho.

"Em momento algum, e tenho pena, me transmitiram que havia aquele encontro apalavrado para terça-feira. Eu, que fui tão franco e direto, podiam ter dito ‘Já que está a falar, nisso, atenção que está para amanhã...’. Mesmo não sabendo disso, disse que às 16h estaria lá, à hora do treino. Só não estive, e já ouvi teorias mirabolantes sobre André Geraldes, porque saem notícias do Cahshball. Temos uma reputação, uma política de luta pela verdade desportiva e tudo o que é corrupção. Estivemos reunidos com o gabinete jurídico, porque era um claro ataque ao nosso bom-nome. Só por isso não estive na Academia. O que significa que, de repente, por um ato que desconhecia na totalidade, podia estar hoje, como os atletas, com pontos ou fraturas. Ia lá estar. Não tenho culpa das mentiras sucessivas do CM, que nos tira o foco do nosso trabalho. Ia lá estar", acrescentou.