O antigo defesa central paraguaio, Carlos Gamarra, concedeu uma entrevista o portal brasileiro Globoesporto onde passou em retrospectiva a sua carreira e a sua passagem pelo futebol europeu, nomeadamente pelo Benfica e Atlético de Madrid.

Em declarações ao referido portal brasileiro, Carlos Gamarra explicou a razão que o levou a querer sair do Benfica quando até era titular indiscutível dos 'encarnados'.

"Estava muito bem e joguei todos os jogos. Só que quando me apercebi realmente das coisas, descobri que estava a ganhar o salário de um menino que subia de amador para profissional. E eu tinha contrato de quatro anos em que ficaria esses quatro anos com o mesmo salário. A ganhar menos do que os meninos no primeiro ano de profissional. Conheci aquele que seria o meu agente e disse-lhe: 'Se tiveres alguma coisa, leva-me daqui de novo'. E apareceu o Corinthians", afirmou Gamarra sobre a saída do Benfica para o futebol brasileiro.

No Corinthians, Gamarra deu nas vistas até que foi contratado pelo Atlético de Madrid. De regresso ao futebol europeu, o central paraguaio voltou a viver um momento caricato relacionado com salários, desta vez no emblema espanhol liderado na altura por Jesus Gil y Gil.

"No Atlético [de Madri] foi diferente. Estávamos bem, com uma boa equipa e um bom treinador: Claudio Ranieri. Só que naquela época tinha contrato por dentro e por fora. O presidente do Atlético de Madrid, Jesus Gil y Gil, era maluco. Dizia que o filho era o rei daquela coisa, desafiava o presidente, desafiava toda a gente...", começou por contar Gamarra.

"Até que, um dia, com a gente a treinar, chegaram umas 50 viaturas e tomaram o clube. A gente só podia cobrar o dinheiro que era por dentro. E aí começou a crise no Atlético de Madrid. Era uma pessoa da Justiça que administrava o clube, e aí começou a sair um, sair outro. Até que afundou", recordou o ex-central paraguaio.