Sérgio Conceição antecipou, esta sexta-feira, o dérbi da invicta frente ao Boavista, em partida a contar para a 13.ª jornada da I Liga. O treinador do FC Porto abordou a expulsão em Mafra, apontou o dedo à arbitragem portuguesa, admitiu que tem que melhorar a postura, mas reconhece que não vai mudar a pessoa que é.
Sobre o dérbi no Bessa
"Independentemente da forma do nosso adversário, é sempre um dérbi, um jogo diferente para as pessoas da cidade do Porto e não vai fugir às características do dérbi. Um dérbi é agressivo no bom sentido, com pessoas apaixonadas em ambos os lados. Um jogo muito sentido pelas pessoas e acaba por ser transportado para o campo."
Sobre a decisão depois da expulsão
"A minha ansiedade tem a ver com outros problemas da vida. A minha ansiedade tem a ver com problemas maiores que eu tenho na vida. e na forma como vejo o mundo."
Sente-se perseguido, já foi expulso 21 vezes?
"Temos que olhar para o futebol em geral, para aquilo que são os treinadores, as equipas técnicas, para aquilo que as equipas portuguesas têm feito na Champions. Há muita qualidade. Penso que não vai estar nenhum árbitro português no Mundial, há muito a melhorar, na arbitragem também. Quando se é protegido tem-se a tendência a não se melhorar. Não temos acesso à comunicação do VAR, se digo uma coisa a um árbitro, não posso dizer o contrário em relação ao que vem escrito no relatório. Nós somos analisados em relação aos resultados. Se não ganho o campeonato, posso perder o emprego. Um árbitro que erra, é protegido e volta a arbitrar. O futebol português tem que melhorar, eu também na postura, mas não vou mudar, vou continuar a ser efusivo na forma como me manifesto e posso ser expulso, como já fui, se festejar efusivamente um golo. Posso olhar de uma forma mais fulminante os jogadores e os árbitros e eles vão-me expulsar. Eu vou continuar exatamente da mesma forma. Eu não preciso do futebol. Financeiramente não preciso do futebol, mas sou apaixonado pelo futebol e vou continuar a mostrar a minha paixão e aquilo que eu sou, como ser humano ao futebol, e quando deixar o futebol, será outra pessoa muito mais calma, muito mais tranquila que não é o Sérgio Conceição."
Pontapear da bola frente ao Famalicão
"Faço as coisas de forma instintiva...Lembro-me de um lance em que um jogador do Mafra pontapeou uma bola para fora do campo e nem uma repreensão, zero. Na altura, pensei em mostrar algum desagrado...Quando vi o lance do Grujic, uma falta feia, mais uma, em que o árbitro nada assinalou. Temos bons árbitros, agora há muito a melhorar. Não me estou a vitimizar, sei que não sou um treinador fácil para os árbitros, e para as equipas adversárias. E também não fui fácil para os treinadores. Mudar, não mudo. Posso estar mais 15 anos, mas não mudo. Podem corrigir. Obviamente tenho que corrigir alguns excessos. (...)
Sobre a expulsão e a partilha dos áudios dos árbitros
"Era impossível dizer algo ao árbitro a 20 metros, quando ele já vinha com o cartão na mão. Apanhei castigo. No jogo com o Benfica [por exemplo], não disse só era uma vergonha, e que era o 'árbitro era Benfiquista, disse só que era Benfiquista'. Só por isso não era castigado, e depois apanhei castigo porque eles escrevem o que têm que escrever. Ou pensarem que ouvem alguma e não ouvem..."
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