O treinador do Beira-Mar espera um «jogo para homens de barba rija» frente ao Olhanense e quer a equipa preparada, apesar dos problemas dos algarvios, que chegam à 24.ª jornada da I Liga de futebol com salários em atraso.
Em conferência de imprensa, Costinha sublinhou que o «ser um jogo para homens de barba rija, frente a uma equipa que passa também por um momento complicado e que joga a sua cartada decisiva em Aveiro», no confronto entre os dois últimos classificados.
«Venham ou não os jogadores do Olhanense a Aveiro, nós temos que estar prontos para um jogo forte e para termos a vitória no bolso», afirmou, depois de se saber que a equipa de Olhão não viajou de manhã para Aveiro, como estava previsto.
Depois de terem apresentado na quinta-feira um pré-aviso de greve ao jogo com o Benfica, da 25.ª jornada, devido aos três meses de salários em atraso, os jogadores do Olhanense estiveram reunidos com a direção hoje de manhã e não seguiram para Aveiro à hora esperada, adiando a viagem para a tarde.
Costinha falou sobre a situação da formação algarvia, frisando que «esses problemas são maus para o futebol» e que «era algo para que a Liga e Federação deveriam olhar com mais atenção, porque estão em causa os profissionais de futebol, as famílias e as vidas que têm».
«O futebol não sai nada dignificado com esta situação, mas, com todo o respeito que eu tenho pelo Olhanense, gosto mais de me focar na minha equipa porque não estou lá e não conheço a realidade», concluiu o técnico, que não quer deixar fugir os três pontos.
Para o encontro deste sábado, o treinador dos aveirenses ambiciona apresentar uma equipa com jogadores «muito atentos, conscientes do seu valor e a jogar o jogo com alegria», mas também com «ambição, alguma frieza e pragmatismo».
Costinha ressalvou que «há momentos do jogo em que parece que a equipa se desliga um bocadinho», relembrando que o Beira-Mar esteve a vencer seis ou sete jogos até um quarto de hora do final e permitiu o empate.
«Eram 12 pontos que davam muito jeito ao Beira-Mar e estaríamos numa posição muito diferente», disse Costinha, apontando ao plantel «alguma falta de confiança», que se faz sentir em alguns momentos decisivos do jogo.
Considerando que é indispensável vencer no sábado, o técnico defende que a concentração é um fator chave, porque se o conjunto «não for rigoroso e determinado, todas as esperanças caem por terra».
O técnico demonstrou acreditar na equipa e falou numa pressão positiva, ressalvando:
«As vitórias morais não nos dão nada, a equipa joga bem, o jogador aparece no jornal e é cobiçado pelo Benfica, Porto ou Braga, mas na classificação estão em último.»
«Eles têm de saber que isso é tudo muito bonito, mas têm de sair do último lugar e têm de ter a pressão de saber que há um clube que tem os salários em dia, que respeita os contratos dos jogadores e também têm de fazer mais alguma coisa para sair desta situação», concluiu.
A partida entre o Beira-Mar, "lanterna vermelha" com 17 pontos, e o Olhanense, 15.º classificado com 18, está marcada para as 16:00 de sábado, no Estádio Municipal de Aveiro, e vai ser arbitrada pelo lisboeta Pedro Proença.
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