A Associação Portuguesa de Adeptos do Desporto (APA) considerou que o regresso do futebol à porta fechada é “uma das medidas mais insensatas” que se tomaram em Portugal, apelando ao fim da I Liga portuguesa.

“Ainda se tornará numa medida mais vergonhosa, jogarem sem aqueles que lhes deram e dão visibilidade, energia e sustentabilidade emocional e monetária, que são os adeptos nas bancadas”, refere em comunicado.

A associação salienta que os adeptos “não foram ouvidos” e explicou que Portugal devia dar o exemplo, frisando que foram o “dinheiro e o negócio” a se sobrepor.

“O futebol da I Liga tinha de dar o exemplo à Europa e ao Mundo, ainda mais que somos os atuais Campeões da Europa. O campeonato de futebol principal devia ter sido de imediato concluído. A saúde e a segurança em primeiro, mas não, aqui foi o dinheiro e o negócio que cobriu todo o resto”, salienta.

A Associação Portuguesa de Adeptos do Desporto explicou que a decisão de retomar a I Liga à porta fechada “desrespeita” o sacrifício dos adeptos, “uns fechados em casa, outros a lutar contra a doença e outros a trabalhar para que nada falte”.

A APA quer que a Liga e a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) se reúnam e ponham fim à “triste e atrapalhada tomada de posição” de jogos de futebol sem adeptos, acusando também a UEFA de não ter tomado uma posição forte em relação aos campeonatos domésticos.

“Futebol sim, mas só quando a pandemia esteja bem controlada e, desta forma, retomar o regresso do futebol. Para grandes males, tem de haver grandes remédios e não grandes remendos”, explica.

A associação levanta ainda diversas questões, entre elas se os jogos vão ser em canal aberto ou fechado e como se vai impedir os adeptos de se juntarem para assistirem aos jogos.

O Governo definiu na quinta-feira, no plano de desconfinamento da pandemia de COVID-19, que a I Liga de futebol e a final da Taça de Portugal vão poder ser disputados, permitindo também desportos individuais ao ar livre.

A retoma da I Liga de futebol, a partir de 30 e 31 de maio, está sujeita à aprovação por parte da DGS de um plano sanitário, anunciou o primeiro-ministro, explicando que os jogos vão realizar-se sem a presença de público nos estádios.