O presidente do Belenenses SAD, Rui Pedro Soares, mostrou-se hoje satisfeito pela possibilidade de regresso da I Liga portuguesa de futebol, esperando poder reduzir o impacto financeiro provocado pela paragem, causada pela pandemia da COVID-19.
Em declarações à Sport TV, Rui Pedro Soares disse que temia que a paragem “fosse muito mais prolongada”, razão pela qual decretou, em 06 de abril, o ‘lay-off’ na formação lisboeta.
“Com a perspetiva de conseguirmos recuperar em junho e julho o que falta do campeonato, vamos conseguir minorar muito esse impacto [financeiro]. Há outros clubes que têm receitas como bilheteira e de ‘corporate’ que vão sofrer mais com esta paragem”, realçou.
A retoma da I Liga de futebol, a partir de 30 e 31 de maio, está sujeita a aprovação da Direção-Geral da Saúde (DGS) de um plano sanitário, anunciou o Governo, explicando que os jogos vão realizar-se sem a presença de público nos estádios.
Nas duas últimas temporadas, o Belenenses SAD joga em ‘casa’ emprestada, no Estádio Nacional, situado no complexo desportivo do Jamor, em Oeiras, estando “na expectativa de saber” se o recinto cumpre com as regras sanitárias e de segurança exigíveis.
“Se cumprir, gostaríamos de jogar no Jamor. Se não cumprir, acima de tudo queremos jogar”, sublinhou.
O reinício do futebol profissional está limitado ao principal escalão, com a II Liga a não receber ‘luz verde’ para poder retomar a competição, decisão que mereceu a concordância de Rui Pedro Soares, que considera “que a II Liga não tinha condições para regressar”.
“As condições e a realidade das duas Ligas são diferentes e, por isso, desde a primeira hora que transmiti a colegas meus, presidentes de clubes da II Liga, que via com muita dificuldade que pudessem voltar a competir”, frisou o dirigente dos ‘azuis’.
Rui Pedro Soares salientou a necessidade de “os clubes da II Liga serem apoiados financeiramente”, salientando e agradecendo o apoio efetuado pela Federação Portuguesa de Futebol, no valor de um milhão de euros, para as formações que militam no segundo escalão do futebol nacional.
“Importa ser solidário com os clubes da II Liga em relação à situação económica e trabalhar com eles desde já para que, num novo campeonato, possam recomeçar a jogar desde o primeiro momento”, disse, referindo “que não há nenhum clube da II Liga que esteja contente por não jogar”.
No regresso à competição, Rui Pedro Soares estimou que, “num cenário mais exigente”, os ‘azuis’ teriam de fazer um investimento nunca inferior a “300 ou 350 mil euros”.
“Fizemos o pior cenário possível, no sentido de eventualmente fazermos testes 25 vezes a todos os profissionais, pelo menos, e de nos isolarmos durante o período de competição. É um esforço financeiro muito significativo, mas, a ser necessário, não vamos deixar de o fazer. Os clubes da II Liga dificilmente conseguiriam fazer face a este investimento, pelo menos 80% deles”, considerou.
O Belenenses SAD, 13.º classificado da I Liga, com 26 pontos, aquando da suspensão do campeonato devido ao surto do novo coronavírus, vai voltar ao ativo na segunda-feira, com testes ao plantel principal de manhã e treinos individuais durante a tarde.
Faltam disputar 90 jogos do principal escalão, que é liderado pelo FC Porto, com um ponto de vantagem sobre o campeão Benfica, assim como a final da Taça de Portugal, que vai opor Benfica a FC Porto.
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