O treinador italiano Cristiano Bacci projetou hoje uma época tranquila e com futebol prático no comando do Boavista, após ter sido oficializado como sucessor de Jorge Simão pelo 15.º classificado da edição 2023/24 da I Liga portuguesa.
“Depois de ter trabalhado 10 anos como adjunto, chegou a altura em que acreditava que este era o momento certo para voltar a ser técnico principal. Acho que o Boavista é o clube com a ideia certa para me acompanhar nesse caminho. Sou uma pessoa prática e, por isso, o meu futebol será prático. Gosto de uma mentalidade de equipa forte, assente numa base organizada a nível defensivo e ofensivo. Vamos tentar fazer uma boa época, tal como este clube merece”, vincou, ao ser apresentado no Estádio do Bessa, no Porto.
O técnico falava ao lado do recém-eleito presidente da SAD ‘axadrezada’, o ex-avançado senegalês Fary Faye, que enalteceu a aposta numa pessoa “muito ambiciosa e rigorosa para levar o clube a bom porto”, mas não respondeu a perguntas da comunicação social.
“Conheço muito bem o Boavista. Sei que é o quarto clube mais titulado em Portugal. Por isso, é uma grande honra para mim representá-lo. Ainda é cedo para falar dos jogadores, visto que estamos a planear a equipa, mas queremos trabalhar com gente que respeita o emblema. O objetivo é fazer uma época tranquila e alcançar a manutenção o mais rápido possível”, disse o sucessor de Jorge Simão, que assinou contrato por um ano, até 2025.
Cristiano Bacci, de 48 anos, tinha trabalhado pela última vez como treinador principal em Portugal, ao conduzir a Olhanense (2015-2016), então na II Liga, numa carreira iniciada com passagens por Virtus Entella, Derthona e Caratese nos escalões inferiores de Itália.
“O meu alvo era voltar a ser técnico principal e penso que o Boavista é a melhor escolha. Vim do futebol italiano, que é bastante rigoroso, mas já trabalhei com treinadores focados na situação ofensiva, juntámos ideias e mudei algum pensamento do meu futebol. Estou claramente mais evoluído. A minha ligação com Portugal é forte e o futebol nacional tem uma mistura de identidades, que chegam de países diferentes. Por isso, penso que não terei nenhum problema nesse sentido. Conheço a I Liga, os atletas e as equipas”, notou.
Seguiu-se um percurso de sete épocas como adjunto, dividido entre os gregos do PAOK Salónica (2017-2019 e 2021-2023), os sauditas do Al Hilal (2019-2021) e os italianos da Udinese (2023/24), antes de ser contratado pelo Boavista, que está proibido de inscrever novos jogadores pela FIFA e tem subido alguns jovens da formação ao plantel principal.
“O Boavista está a atravessar um período difícil a nível financeiro, mas faz parte. Vamos saber lidar com isso. Já falei com o presidente, que me passou uma mensagem positiva sobre o futuro, e tenho toda a confiança nele. Estou aqui, porque encaixo na vontade do clube em fazer evoluir jovens. Sempre gostei de trabalhar com eles e também sei que as camadas jovens do Boavista são importantes. Há que aproveitar essa situação”, apelou.
O plantel ‘axadrezado’ arranca os trabalhos de pré-temporada em 05 de julho e evoluirá em permanência no Estádio do Bessa, iniciando com dois dias consecutivos de exames médicos e físicos, enquanto o primeiro apronto no relvado está agendado para o dia 08.
O Boavista vai efetuar a 62.ª participação, e 11.ª seguida, na I Liga, cuja edição 2024/25 arranca no fim de semana de 10 e 11 de agosto, após ter assegurado a permanência no limite em 2023/24, ao acabar na 15.ª posição, última de ‘salvação’ direta, com 32 pontos.
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