A defesa de Luís Duque e Rui Meireles juntou comprovativo da ligação do também arguido José Veiga à empresa Goodstone, utilizada em alegado esquema de fraude fiscal na contratação de João Vieira Pinto pelo Sporting, em 2000.

De acordo com fonte judicial, o requerimento do advogado Rui Patrício contradiz José Veiga, que, no julgamento que prossegue hoje (14h00), negou ter qualquer relação com a empresa britânica, que faturou à Sporting SAD 4,2 milhões de euros (ME) de prémio de assinatura de João Pinto, também arguido neste processo.

«José Veiga, em contradição com vários elementos já constantes nos autos, tem negado qualquer espécie de relação com essa sociedade, bem como qualquer espécie de intervenção na introdução desta sociedade no negócio», refere-se no requerimento.

O requerimento da defesa de Luís Duque (presidente da Sporting SAD na altura dos factos) e de Rui Meireles (responsável pelo departamento financeiro em 2000) comprova que a minuta de contrato da Goodstone nos autos foi enviada da Superfute, empresa de José Veiga, agente FIFA envolvido na contratação de João Pinto pelo Sporting.

«Esse número de faxe - apesar de José Veiga ter, nas suas declarações, dito não saber identificar nem tem explicação para o mesmo ser da Superfute - é o número de faxe da Superfute», refere-se no requerimento enviado para tribunal na passada segunda-feira acompanhado de comprovativos de titularidade do número de faxe.

Sublinha-se ainda que a versão dos arguidos João Pinto e José Veiga não tem sido «sustentada por qualquer outro depoimento factual e presencial produzido em julgamento», ao contrário do relato dos acontecimentos feito por Duque e Meireles.

«Além das suas declarações, a versão de Luís Duque e Rui Meireles foi sustentada, pelo menos, com três testemunhas factuais e presenciais: Miguel Ribeiro Teles [administrador da Sporting SAD em 2000], Carlos Freitas [assessor da SAD] e Rita Correa Figueira [responsável pelo departamento jurídico]», refere-se no requerimento.

Neste processo, João Vieira Pinto, José Veiga, Luís Duque e Rui Meireles são acusados de fraude fiscal - em causa cerca de 700 mil euros - e branqueamento de capitais.

Hoje, a testemunha Rita Correa Figueira vai voltar a ser inquirida, numa sessão, a nona, em que José Veiga foi autorizado pelo coletivo de juízes a ausentar-se devido a viagem ao estrangeiro.