O presidente do Marítimo, Rui Fontes disse hoje que a direção assume a responsabilidade na despromoção à II Liga portuguesa de futebol, 38 anos depois, e fala em “plano estratégico para o futuro imediato do clube”.
“Fomos eleitos e assumimos a responsabilidade. Muito antes do desfecho desta época dramática, iniciámos uma profunda reflexão sobre tudo o que correu mal. E muito correu mal desde o princípio”, afirmou o presidente do emblema ‘verde rubro’, em lágrimas, na conferência de imprensa que decorreu no Estádio do Marítimo.
Segundo Rui Fontes, “a direção já solicitou ao Presidente da Assembleia Geral a convocação urgente de uma Assembleia Geral Extraordinária com o objetivo de apresentar aos sócios o plano estratégico para o futuro imediato do clube”, com a ordem de trabalhos a ser anunciada “conforme ditames legais, por convocatória”.
O dirigente que cumpre o segundo ano de mandato, interrompeu várias vezes o discurso por não conseguir conter a emoção, revelando que “depois de 38 anos consecutivos entre os melhores do futebol português, um pesadelo abateu-se sobre todos os que amam o Club Sport Marítimo”.
“Hoje, é um dos dias mais triste da história do Marítimo, o primeiro em que muitos maritimistas acordaram sem o seu Marítimo na I Liga. Pedimos desculpa a todos os sócios, adeptos e simpatizantes do nosso grande amor, o Club Sport Marítimo”, frisou Rui Fontes, enfatizando que regressar de imediato à primeira divisão “é obrigação”.
O play-off de permanência ou acesso à I Liga decidiu-se nos penáltis, ditando a subida do Estrela da Amadora à I Liga, 14 anos depois.
O Marítimo terminou o tempo regulamentar do encontro da segunda mão do play-off a vencer por 2-1, para replicar o 2-1 caseiro do Estrela da Amadora no primeiro encontro, igualando a eliminatória, graças a um tento de Chucho Ramírez, que forçou um inconclusivo prolongamento, aos 90+6 minutos.
A decisão ficou à mercê das grandes penalidades, onde os ‘verde rubros’ falharam mais (três) do que acertaram (dois) e acabaram derrotados por 3-2, face a um Estrela que concretizou três e só desperdiçou uma. Nem precisou da última, depois de Félix Correia atirar à barra.
Na conferencia de imprensa que durou menos de cinco minutos, sem qualquer abertura para questões por parte dos jornalistas, o presidente insular agradeceu o apoio dos adeptos ao longo de toda a época, reforçando que merecia a “recompensa mínima”: “devíamos ter permanecido no lugar que é nosso”.
O Marítimo tinha sido despromovido pela última vez ao segundo escalão na temporada 1982/83, tendo ascendido ao patamar mais alto do futebol português duas épocas depois, onde permaneceu por 38 anos consecutivos, desde 1985/86.
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