O campeonato português entra no seu ‘sprint’ final e há dois corredores que podem cruzar a meta. Mas há que tenha mais fôlego nos últimos metros. Lidera a I Liga há mais tempo e só depende dele para se sagrar, já no próximo fim de semana, bicampeão. E esse não mora na Invicta e nem se veste de azul.

O FC Porto, que continua com a chama da esperança acesa, mas curta, conseguiu vencer sem grandes problemas o Gil Vicente no Estádio do Dragão, em jogo a contar para a 32.ª jornada.

Com este triunfo, os azuis e brancos reduzem para três pontos a desvantagem para o líder da Luz, quando restam agora seis pontos em disputa nas próximas duas jornada. Contudo, com uma vantagem pontual de três e vantagem no confronto direto com o rival do Porto, o Benfica apenas precisa de vencer, em Guimarães, para terminar já com as contas do título de campeão. O FC Porto, que joga no Restelo, bem pode vencer o seu desafio que de nada adiantará se os encarnados vencerem.

Quanto ao jogo de ontem, Julen Lopetegui começou por deixar Cristian Tello no banco de suplentes, tendo o espanhol entrado apenas aos 80 minutos. Isto porque o jogador emprestado pelo Barcelona esteve mais de um mês afastado dos relvados. Quaresma foi titular, ao lado de Brahimi e Jackson Martínez.

Já que falamos em Jackson Martínez, o avançado colombiano acabou por ser o protagonista do final de tarde no Estádio no Dragão. Perante um jogo morno, sem grandes momentos de destaque, o ‘Cha Cha Cha’ abanou a apatia do jogo com dois bons golos.

O primeiro serviu para redimir a grande penalidade falhada por Ricardo Quaresma logo aos 10 minutos. Adriano, guarda-redes do Gil Vicente, defendeu o remate do extremo português e a bola acabou por sair das quatro linhas. Na sequência do pontapé canto, o próprio Quaresma cruzou para Jackson e o colombiano cabeceou certeiro para o fundo das redes.

O segundo tento portista só apareceu a quatro minutos dos 90, com um belo pontapé de bicicleta do número 9 do FC Porto, numa altura em que os adeptos do FC Porto pareciam conformados com a vitória pela vantagem mínima.

Jackson Martínez, que tinha perdido o cetro de melhor marcador para Jonas, voltou à liderança, agora com 20 golos, mais dois que o brasileiro dos encarnados.

Vitória tranquila dos Dragões, cumprindo assim a sua parte, sem deslumbrar. Valeu o talento individual de Jackson.

Após um jogo morno, coube a Julen Lopetegui aquecer os ânimos minutos depois do apito final. O treinador basco, que nos habituou muitas vezes ao silêncio em algumas perguntas sobre o rival lisboeta da Luz, içou uma bandeira hostil contra a postura de Jorge Jesus, técnico do Benfica, recordando o que se passou após o clássico da 30.ª jornada há duas semanas.

"Quando cheguei, tinha bastante respeito por todos os colegas e também por ele, mas perdi-o quando ele foi capaz de se contradizer e contar a um jornal de maneira errada o que eu lhe tinha dito (na Luz), quando ele disse que eram coisas de futebol. Mas ele [Jorge Jesus] está acostumado a falar de tudo e de todos, como as equipas devem jogar, mais ou menos agressivas, mas é fácil falar quando se está debaixo de um manto protetor como ele está. É certo que perdemos e empatámos com eles [Benfica], mesmo sendo superiores nos dois jogos e essa é que é a realidade. Todos são mais bonitos quando estão debaixo de um [manto protetor]. O Benfica é líder, é um facto, tem três pontos de vantagem, mas ao longo da prova aconteceram erros, voluntários ou não, que custaram muito mais do que três pontos”, discursou Lopetegui no auditório do Estádio do Dragão.

O técnico espanhol disparou, uma vez mais, sobre a comunicação social: “Jesus tem 90% do eco social a seu favor. Informação é o que se relata, factual, e se não é certa é uma invenção. E todos os dias se inventam histórias e há filmes contra o FC Porto”.

No próximo fim de semana espera-se uma resposta de Jorge Jesus.