A cada jogo que passa, fica mais difícil ao FC Porto manter a série vitoriosa que leva esta época. O magro e sofrido triunfo na Vila das Aves, em jogo da 15.ª ronda da I Liga, estendeu a para 17 o número de jogos sempre a ganhar da equipa de Sérgio Conceição mas parece estar para breve a queda do Dragão, cansado por estes dias. Os últimos jogos foram muito complicados, com vitórias pela margem mínima, alguns até a pedir recuperação no marcador após entrada a perder.
Das Aves saiu um Dragão a voar alto, cada vez mais só na liderança, após a derrota do Benfica ante o Portimonense.
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O jogo: entrar a 'matar' e acabar a sofrer
A entrada do FC Porto em jogo deixava adivinhar uma partida diferente das últimas. A equipa de Sérgio Conceição entrou a alto ritmo, pressionando o Aves em todo campo, ganhando cedo a bola e criando algumas oportunidades de golo. Uma entrada diferente da verificada nos jogos anteriores, onde o FC Porto vinha a sofrer sempre primeiro e a ter depois de correr atrás do prejuízo.
Recuperado o 4-4-2, com Soares na frente ao lado de Marega, a intensidade do FC Porto foi decaindo com o passar dos minutos, consequência de uma equipa que parece cansada, principalmente as unidades que 'alimentam' o ataque. Mas antes da queda, tinha sido o guarda-redes Beunardeau e o poste a negar o golo aos 'dragões'.
O domínio era evidente no terreno das Aves mas o perigo vinha principalmente na bola parada. Foi daí que Militão aproveitou uma segunda bola (balão de Brahimi) para fazer o único golo do encontro. Também tinha sido num livre que Danilo fizera o 2-0, prontamente anulado pelo vídeo-árbitro, por fora-de-jogo do médio.
No segundo tempo, faltou frescura física ao campeão nacional: com o declínio de Brahimi e Corona, Marega muito marcado e também cansado, Herrera com mais preocupações defensivas e os laterais Maxi e Alex Telles mais preocupados com Mama Baldé e Amilton, o FC Porto caiu de rendimento.
O Aves, mais agressivo, ia empurrando o FC Porto para perto da sua área, embora sem criar lances de perigo. Foi por isso que Conceição passou o meio-campo a três com a entrada de Óliver e a saída de Soares, refrescou a frente com Hernâni e Adrián López e viu a sua equipa acabar o jogo a sofrer, perante o jogo direto do Aves, que passou a ter Bruno Gomes na frente de ataque.
No último suspiro, a barra foi 'amiga' e impediu o golo, num livre de Nildo Petrolina que assustou Casillas, o homem que fez o jogo 100 pelo FC Porto na Liga.
A 17.ª vitória foi suada, a exibição abaixo do esperado, mas chegou para distanciar-se na liderança, agora com mais cinco pontos que o Sporting, atual 2.º colocado. O mês de janeiro promete ser penoso para o FC Porto e para Sérgio Conceição que precisa de dar descanso a alguns jogadores como Alex Telles, Brahimi e Marega, muito sobrecarregados de jogos. Felipe viu o 5.º amarelo e falha a receção ao Nacional.
Momento-chave: barra impede golo de Nildo aos 95
No último dos cinco minutos de compensação dados pelo árbitro João Pinheiro, o Aves ganhou um livre descaído para a esquerda. Nildo Petrolina marcou de forma espetacular mas o esférico bateu com estrondo na baliza de Casillas. Uma bola que, a entrar, daria uma certa justiça ao resultado.
Melhores: Danilo, um Todo-o-terreno, a defender e a atacar
Foi da cabeça de Danilo que saíram os principais lances de perigo do FC Porto, todos em lances de bola parada. Além de ter recuperado inúmeras bolas ao meio-campo, Danilo foi o melhor dos 'dragões'.
Éder Militão fez o seu primeiro golo na Liga mas foi a defender que se destacou. Nos momentos de aperto, foi ele a salvar o FC Porto, dominando no jogo aéreo onde este irrepreensível.
Piores: Brahimi precisa de descansar
Yacine Brahimi 'grita' por descanso. Os últimos jogos do argelino ficaram muito aquém das suas qualidades e o jogador foi sempre substituído. Conceição tem de arranjar uma alternativa, de forma a fazer descansar o 'mágico'.
A segunda parte do FC Porto foi muito pobre. Os 'dragões' foram incapazes de estancar o crescimento do Aves e acabaram o jogo com o 'credo na boca', sofrendo calafrios desnecessários. No segundo tempo o ataque do FC Porto quase que não existiu.
Reações
Vítor Gomes: “Pena não conseguirmos chegar ao golo”
José Mota: “Não podemos ter medo. Todas as bolas que tínhamos, perdiamo-las”
Conceição: “Não foi um jogo espetacular, mas gostei da consistência”
Danilo: “Estivemos coesos e unidos e isso ajudou a estancar os contra-ataques do Aves”
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