Após 55 jogos sem perder na Liga, o que corresponde à sua melhor série, o FC Porto foi derrotado ao 56.º pelo Gil Vicente, 703 dias após a última derrota, sofrida frente ao Sporting (3-0), em Alvalade. De então para cá, os "dragões" não tinham voltado a sofrer três golos.

Os golos Cláudio, aos 15 minutos e 45+1, este na transformação de uma grande penalidade, e André Cunha, aos 52, foram os responsáveis pelo ruir do objetivo de igualar e superar o recorde.

Nos anteriores 55 jogos a contar para o campeonato luso, incluindo todos os 30 de 2010/2011, os “dragões” venceram 47 e cederam apenas oito empates, isto com um 137 golos marcados e 33 sofridos.

O percurso iniciado por Jesualdo Ferreira, continuado por André Villas-Boas e prolongado por Vítor Pereira até hoje, permitiu aos “dragões” ultrapassar o seu melhor registo, obtido entre outubro de 1994 e março de 1996, então sob o comando do britânico Bobby Robson.

A última derrota do FC Porto remontava ao “longínquo” dia de 28 de fevereiro de 2012, quando o Sporting, então comandado por Carlos Carvalhal, venceu por claros 3-0, em encontro da 21.ª jornada da edição de 2009/2010 do campeonato.

Yannick Djaló, aos seis minutos, o russo Marat Izmailov, aos 47, e Miguel Veloso, aos 47, selaram o pesado desaire do “onze” comandado por Jesualdo Ferreira, que terminou o respetivo “nacional” na terceira posição.

Ainda assim, e depois desse encontro, o FC Porto não perdeu nenhum dos últimos nove jogos da prova: empatou 2-2 na receção ao Olhanense, a 06 de março de 2010, e fechou com oito triunfos consecutivos.

Destaque nesse ciclo por o 3-1 caseiro face ao Benfica, que impediu os “encarnados” de selar o título em pleno Estádio do Dragão – viriam a conquistá-lo na Luz, uma semana depois, face ao Rio Ave (2-1).

Os “dragões” fecharam a época 2009/2010 em bom plano e, já com André Villas-Boas no lugar de Jesualdo Ferreira, cumpriram um memorável trajeto no “nacional” 2010/2011, que fecharam invencíveis, sem um único desaire.

Um empate em Guimarães (1-1), outro em Alvalade (1-1) e um último na receção ao Paços de Ferreira (3-3) juntaram-se a 27 vitórias e permitiram ao FC Porto igualar o feito do Benfica, de Jimmy Hagan, que se sagrara campeão invicto em 1972/73, então com 28 triunfos e apenas dois empates.

Entre os triunfos, destaque para os dois conseguidos face ao então campeão Benfica: 5-0 no Dragão, a maior vitória de sempre sobre o rival no campeonato, e 2-1 na Luz, que permitiu selar o título em plena casa dos “encarnados”.

Depois de uma época memorável, também com as conquistas de Liga Europa, Taça de Portugal e Supertaça, André Villas-Boas rumou ao Chelsea e o seu adjunto Vítor Pereira foi o escolhido para sucessor e manteve o registo intocável até à 17.ª jornada.

Na presente temporada, o FC Porto, com cinco derrotas, já ultrapassou as quatro da época 2010/2011, distribuídas pela Liga dos Campeões (Zenit e APOEL), Supertaça Europeia (FC Barcelona), Taça de Portugal (Académica) e agora Liga (Gil Vicente).

No campeonato, e apesar de só à 17.ª jornada terem perdido, os “dragões” já tinham cedido quatro empates, mais um do que a temporada transata, face a Feirense (0-0 em Aveiro), Benfica (2-2 no Dragão), Olhanense (0-0 em Olhão) e Sporting (0-0 em Alvalade).