Os 50 milhões de euros (ME) encaixados pela SAD do Benfica com a última Oferta Pública da Subscrição de Obrigações vão dar "capacidade acrescida de tesouraria" aos ‘encarnados' para "reforçar os investimentos" na equipa de futebol.

"Este montante dar-nos-á uma capacidade acrescida de tesouraria, para reforçar os investimentos adicionais que possamos querer fazer. Fomos prudentes no valor que definimos inicialmente, porque não sabíamos como o mercado iria reagir [face à pandemia de COVID-19]. Este reforço adicional dá-nos disponibilidade de tesouraria. Dá-nos uma folga adicional relativamente à próxima época desportiva", afirmou Domingos Soares de Oliveira.

O administrador executivo da SAD benfiquista falava, através de videoconferência, durante a sessão de apresentação dos resultados da emissão de obrigações, cuja procura superou em 1,4 vezes a oferta, atingindo um montante de cerca de 69,5 ME.

Inicialmente, a SAD benfiquista tinha lançado uma oferta de subscrição no valor de 35 ME, mas, uma semana depois, decidiu aumentar em 15 ME o montante envolvido na operação de emissão, para um total de 50 ME, devido à procura que se verificou.

Domingos Soares de Oliveira recusou que esta operação signifique uma mudança de paradigma no futebol do Benfica, nomeadamente numa maior aposta em jogadores ‘feitos' e cujas transferências possam envolver verbas significativas, em detrimento da aposta em jogadores da formação.

"Não há nenhuma mudança de paradigma. Existe pouca consciência do que tem sido a política de investimentos do Benfica no seu plantel. Desde 2010/11, temos feito investimentos anuais que ultrapassam os 55 ME. Nos últimos anos, fizemos investimentos que rondaram os 84 ME. Esta época, o investimento foi superior a 60 ME. O Benfica nunca deixou de investir. Não há nem haverá uma mudança de paradigma", vincou o dirigente.

Soares de Oliveira assegurou ainda que "o custo do [próximo] treinador não vai estar dependente do sucesso ou insucesso do empréstimo obrigacionista", antes de abordar uma eventual contratação de Jorge Jesus.

"Não confirmo qualquer contacto direto com o treinador Jorge Jesus. Já tive ocasião de explicar que o nosso presidente [Luís Filipe Vieira] tem uma relação pessoal com Jorge Jesus, é normal que converse com o treinador, mas não há qualquer situação oficial entre o Benfica e o treinador Jorge Jesus", observou.

Quanto ao ‘mercado' de transferências, mais concretamente no que diz respeito a eventuais saídas do plantel, Soares de Oliveira reforçou que o Benfica não está disponível para "qualquer processo de vendas em saldos".

"Não temos nenhum valor em mente para vendas de jogadores e não vamos entrar em nenhum processo de vendas em saldos. Não temos essa necessidade. Tivemos dúvidas de como o mercado se iria comportar neste período de transferências [devido à pandemia de covid-19]. Entretanto, já começámos a ver as primeiras transferências com números robustos. É expectável que o mercado se anime nos próximos meses", completou.

A Oferta Pública decorreu entre 29 de junho e 10 de julho, oferece uma taxa de juro fixa bruta de 4% e uma maturidade de três anos.