O Benfica, por jogar em casa e ter mais estabilidade, parte com um ligeiro favoritismo para o dérbi de sábado com o Sporting, da 11.ª jornada da Liga, disse o antigo futebolista Pacheco, que jogou nos dois clubes.

Numa entrevista a Agência Lusa, o antigo extremo esquerdo do Benfica e do Sporting analisou o momento das duas equipas e disse que o Benfica tem «um ligeiro ascendente» sobre o Sporting, porque «está mais estabilizado, joga em casa, tem um plantel com jogadores que são, individualmente e na sua maioria, superiores aos do Sporting».

Para Pacheco, a equipa de Alvalade surge no jogo com o rival «completamente diferente» do ano passado e sem «nada para a atormentar», porque tem «jovens com um muito bom valor» e chega à Luz com «a carga positiva de um bom número de vitórias, a marcar muitos golos e a sofrer poucos».

O antigo jogador de “águias” e “leões” considera, por isso, que «o facto de ser um dérbi, o momento bom em que as equipas se encontram, apenas separadas por um ponto, são o sal e a pimenta para um bom jogo e um grande espetáculo».

Pacheco lembrou que o Benfica perdeu jogadores como Fábio Coentrão ou Di Maria, cujo rendimento «não se pode desvalorizar» na hora de fazer comparações, e defendeu que a equipa «não tem sido linear do ponto de vista do rendimento e tem tido altos e baixos», mesmo durante os jogos.

«Mas tem conseguido minimizar essas situações com bons resultados. As individualidades ainda não apareceram muito, mas a nível de equipa tem funcionado bem e os resultados têm aparecido», frisou.

Pacheco considerou que «o facto de não ter perdido tantos pontos» no início do campeonato como no ano passado «é, por si só, uma ajuda», porque a equipa «acredita mais nela» e consegue, mesmo «num jogo menos feliz do ponto de vista do rendimento, que o resultado seja atingido, camuflando pequenas coisas negativas» que sempre existem.

«Isso em termos de moralização é importante, porque a equipa mantém-se sempre na corrida ao primeiro lugar. E acompanhando de perto o FC Porto, é mais um estímulo», afirmou Pacheco, um apreciador da “magia” de Pablo Aimar.

O antigo internacional português lembrou que «o mau arranque de campeonato este ano aconteceu com o Sporting», mas sublinhou que a equipa «se reequilibrou muito depressa» devido também ao trabalho do treinador, Domingos Paciência, que tem a seu favor «ser português, jovem, ambicioso e com valor demonstrado».

O trabalho realizado no Sporting de Braga, «com uma final da Taça UEFA, luta taco a taco até ao fim pelo campeonato», são marcas importantes para Domingos, que, segundo Pacheco, «nem nos seus melhores sonhos consideraria tão bons resultados em tão pouco tempo».

O Sporting tem um plantel com muitos jogadores jovens e Domingos tem feito um «ótimo trabalho» com eles, acrescentou o antigo jogador, frisando que a série de vitórias da equipa «foi fortíssima do ponto de vista psicológico, tanto ao nível interior como aos olhos de terceiros».

Pacheco destacou «o equilíbrio tático» dado por Elias ou Rinaudo, a aposta «acertada» no ponta de lança Van Volkswinkel ou o «rendimento acima da média» de Capel na equipa “leonina”, que tem alguns elementos que não apareceram e podem vir a ajudar, como Jeffren, Carrillo ou Rubio.

Falta, segundo Pacheco, «estabilizar a defesa» para o Sporting se afirmar e, se o conseguir, «será uma equipa fortíssima».