O campeonato nacional regressou no passado domingo ao Estádio da Luz, com a receção do Benfica ao Paços de Ferreira. Os encarnados já não venciam um jogo na primeira jornada desde a época 2004/2005, e os adeptos da Luz exigiam ao campeão nacional o final de um enguiço com quase uma década, e que curiosamente começou com dois golos de Azar Karadas, em Aveiro, num triunfo do Benfica sobre o Beira-Mar por 2-3.

Com um enguiço quase tão amarelo como de velho, Jorge Jesus decidiu apostar no mesmo onze que na semana passada havia conquistado a Supertaça Cândido Oliveira frente ao Rio Ave. Conhecendo essa recente tradição encarnada, o Paços de Ferreira fui à Luz com a esperança de pontuar. Paulo Fonseca apostou num onze consistente com Defendi, Jaílson, Ricardo Ferreira, Ricardo, Hélder Lopes, Sérgio Oliveira, Seri, Minhoca e Manuel José, Hurtado e Cícero.

Aos 9 minutos de jogo, o árbitro Cosme Machado assinalou uma grande penalidade a favor do Paços de Ferreira, e a dezena de adeptos da Mata Real que marcou presença na Luz suspirou. O terceiro anel reagiu com um coro de assobios enquanto Manuel José assumia a posição na marca dos onze metros com Artur Moraes pela frente.


Terceiro anel explodiu nas mãos de Artur

O duelo ao pôr do sol estava marcado e o experiente avançado “pacense” até partiu para o remate com confiança, mas Artur leu bem a saída de Manuel José e defendeu a grande penalidade para despertar a primeira explosão de alegria no Terceiro Anel. O resultado mantinha-se 0-0, e do susto inicial à euforia do golo foram quinze minutos com Maxi a ter de ir lá à frente "quebrar" o enguiço aos 25 minutos.

Com Ruben Amorim a cumprir no meio-campo, e Talisca algo deslocado do seu “habitat natural", colocado atrás de Lima, o Benfica, em vantagem, foi assumindo naturalmente o controlo do jogo. Antes do intervalo, Enzo Pérez pediu para sair, e Jorge Jesus deu o aval para uma das ovações da tarde do Terceiro Anel ao médio argentino. Talisca recuou no terreno e entrou em campo o argentino Franco Jara.

Cosme Machado apitou para o intervalo, e a estatística demonstrava que o Paços de Ferreira até tinha mais remates à baliza, mos o Benfica levava vantagem no panorama geral do golo e seguia a vencer por 1-0 com 58% de posse de bola.


Salvio fez a terra tremer na Luz

No segundo tempo, uma boa arrancada de Gaitán aos 66 minutos do lado esquerdo era amostra do que estava a caminho da baliza do Paços de Ferreira mas o remate do argentino acabou embrulhado em Seri o que levou os jogadores do Benfica a pedir mão na bola. O domínio encarnado começava a ganhar contornos mais explícitos quando aos 72 minutos se materializou num cabeceamento de Salvio para o 2-0. Numa jogada colectiva desenhada por argentinos, Jara abriu para Gaitán na esquerda e este descobriu Salvio, que isolado na direita bateu Rafael Defendi para o 2-0.

A vantagem de dois golos dos encarnados permitia ao Benfica desfrutar de uma noite de verão mais tranquila, e o marcador esteve à beira de sofrer alterações para os anfitriões. Na reta final do jogo, o Benfica tinha 61% de posse de bola, e a ideia de não vencer na estreia do campeonato desvanecia-se da mente dos 42 mil adeptos encarnados que se deslocaram à Luz para ver a equipa de Jorge Jesus "matar mais um borrego".


Jorge Jesus: "O Enzo pediu-me a substituição"

O treinador do Benfica garantiu após o triunfo sobre o Paços de Ferreira que Enzo Pérez pediu para sair antes do intervalo devido a dores na perna direita.


Maxi sobre Enzo: "Pelo que vemos todos os dias vai continuar"

Lateralizando a questão da saída de Enzo Pérez, o lateral direito uruguaio garantiu que o argentino tem trabalhado normalmente com o grupo de trabalho.


Paulo Fonseca: "Os jogadores valorizaram-se neste maravilhoso palco"

O treinador do Paços de Ferreira elogiou a prestação dos seus jogadores e considerou a defesa de Artur determinante no desenrolar do jogo.