A Câmara Municipal de Lisboa vai debater, em reunião privada do executivo, uma proposta que visa a celebração de um protocolo que permitirá a requalificação e fruição gratuita do Estádio das Salésias, na freguesia da Ajuda.

O antigo Estádio das Salésias, agora denominado na proposta por Campo das Salésias, localiza-se na freguesia da Ajuda, num terreno da Estamo, empresa que gere o património imobiliário do Estado.

A proposta que será votada na quarta-feira refere que a "Estamo - Participações Imobiliárias, S.A., celebrou com o clube de futebol os Belenenses e a Junta de Freguesia da Ajuda, um contrato de comodato, nos termos do qual entregou a estes últimos a dita parcela de terreno para ser utilizada como campo vedado para eventos de natureza desportiva".

O clube e a Junta ficaram incumbidos da realização das "obras e trabalhos necessários à adequação da parcela de terreno ao fim a que se destina", tendo a freguesia solicitado a colaboração do município "na comparticipação do custo das obras já realizadas".

Entre as intervenções já realizadas contam-se a "limpeza e remoção de entulhos do terreno, modelação de terras, colocação de relvado sintético, construção de uma vedação de proteção do campo e requalificação da bancada existente". O próximo passo, segundo a proposta, será a requalificação dos balneários da escola contígua, a Secundária Marquês de Pombal, para servirem de apoio aos desportistas.

Este campo foi o primeiro "relvado de Portugal e local de treino da seleção nacional de futebol durante vários anos, mas que nas últimas décadas foi deixado ao abandono", acrescenta o documento do vereador do Desporto.

O protocolo entre a Câmara, a escola, a Junta e o clube visa "a disponibilização gratuita" do campo, e o desenvolvimento de "um projeto desportivo ao serviço da população local", e vigorará por cinco anos. Com a aprovação desta proposta, assinada por Jorge Máximo, o município transfere mais de 78 mil euros para a Junta de Freguesia da Ajuda, para custear a "colocação da vedação de proteção do Campo das Salésias, a recuperação da bancada e a requalificação dos balneários da Escola Secundária Marques de Pombal".

Na reunião, o executivo municipal de maioria socialista vai também discutir a celebração de um outro protocolo de colaboração com a Associação Portuguesa de Emprego Apoiado (APEA), para a implementação de ações no âmbito das redes para a empregabilidade "RedEmprega Lisboa".

Este acordo visa "a criação de emprego e o incentivo ao empreendedorismo inclusivo, assente numa base territorial e comunitária, através da articulação entre organismos da administração pública responsáveis pela área do emprego, as entidades empresariais, os estabelecimentos de educação, centros de formação e gabinetes de integração profissional".

Para isso, a Câmara irá transferir para a APEA uma verba de 110 mil euros, repartida entre o presente ano e o próximo.

Na quarta-feira, a vereação irá também debater "a constituição de um direito de superfície a favor da Fábrica da Igreja Paroquial de Nossa Senhora da Porta do Céu, sobre uma parcela de terreno municipal, situada na Rua José Escada". Apesar de a avaliação do terreno perfazer 1,83 milhões de euros, o direito de superfície terá um "preço (simbólico) de cinco euros", lê-se na proposta assinada pelo vice-presidente.

No documento, Duarte Cordeiro especifica que a área de 2.107 metros quadrados destina-se à "construção de um edifício de culto e fins assistenciais e culturais conexos com o múnus da Igreja Católica Apostólica Romana".