Em 1996/97, um jovem de 16 anos estreava-se pela equipa do Benfica. Anunciado como uma das grandes promessas do futebol português, Hugo Leal chegou cedo ao topo na Luz. Porém, ficaria apenas três anos no clube que acabaria por deixar no meio de alguma polémica para o Atlético de Madrid.

Seguir-se-iam PSG, FC Porto, Académica, Braga, Belenenses, Trofense, Salamanca, V. Setúbal e, por fim, Estoril. O fim da linha da sua carreira em 2012/13 foi, precisamente, onde tudo começara: na Linha. Em entrevista ao SAPO Desporto, o ex-jogador e atual vogal da direção dos canarinhos faz a antevisão do Estoril-Benfica.

- O Estoril-Benfica do próximo sábado é um jogo especial para si?
Sem dúvida. São dois dos clubes que me viram crescer no futebol, pois fiz a formação tanto no Estoril como no Benfica, onde me estrearia como sénior em 1996/97, com 16 anos.

- Que diferenças encontra entre o seu Benfica e o que visita nesta jornada o Estoril?
A dimensão do Benfica tem continuado a crescer, tem ido a finais europeias e continua a marcar a história do futebol. A diferença é que agora é um clube mais organizado, mas os estádios enchem à mesma com a visita do Benfica.

- Saiu do Benfica muito cedo, com apenas 19 anos e num processo algo polémico, que acabou por envolver o recurso à Comissão Arbitral Paritária (CAP). Mudaria alguma coisa no seu percurso?
Não voltaria atrás na decisão de sair do Benfica, não me arrependo de nada. No entanto, se pudesse ter evitado a forma que o fiz, com “guerras” com a direção, talvez o teria feito.

- E muitos anos depois voltou ao Estoril, o local onde nasceu para o futebol. Era um desejo terminar aqui a sua carreira?
O Estoril é um clube de que eu gosto muito e pelo qual sempre darei tudo. Teve sempre uma postura impecável comigo e sinto paixão por trabalhar com o Estoril e acompanhar aqui a equipa para os jogos.

- Como analisa este arranque de José Couceiro no Estoril, após o ciclo de sucesso vivido sob o comando do técnico Marco Silva?
Com alguma normalidade. São ciclos que se alteram: novas formas de estar, novas ideias… saíram também jogadores importantes no Estoril. É preciso ter alguma paciência na entrada de um novo ciclo, mas estou confiante nas escolhas feitas pelo treinador e que os bons resultados vão aparecer.

- O Benfica chega à Amoreira isolado na liderança da Liga. É um bom momento para defrontar a equipa de Jorge Jesus?
Todas as alturas são boas, mais cedo ou mais tarde teriam que se defrontar. Primeiro, porque um jogo com o Benfica emociona sempre, traz gente ao estádio e é motivador. É sempre um jogo bem-vindo e creio que as pessoas que vierem ao estádio terão a possibilidade de assistir a um grande jogo. Vamos sempre encontrar um Estoril forte e com vontade de roubar pontos ao Benfica.

- Qual é a maior ameaça entre os encarnados?
Além dos 11 jogadores em campo? [risos] O Benfica é uma equipa recheada de talento, mas este campeonato tem demonstrado que qualquer equipa grande pode perder pontos com outra equipa considerada menor. Parece-me que este será um campeonato equilibrado.