Os futebolistas da União de Leiria vão faltar ao jogo com o Feirense se até lá não houver cumprimento das obrigações salariais em divida e independentemente da eventual ilegalidade do pré-aviso de greve.

A garantia foi hoje dada à Lusa pelo presidente do Sindicato de Jogadores Profissionais de Futebol (SJPF), Joaquim Evangelista, que assegurou que a União de Leiria irá faltar ao jogo com o Feirense, da 28.ª jornada da Liga de futebol.

«Não há dúvida nenhuma que os jogadores da União de Leiria não vão jogar se não receberem o dinheiro que lhes é devido e independentemente das interpretações jurídicas e processuais que se possa ter. É claríssimo», adiantou Joaquim Evangelista.

Em causa está o alegado incumprimento dos cinco dias uteis que a lei determina entre a apresentação do pré-aviso de greve (segunda-feira) e a própria greve (domingo), que, por não terem sido cumpridos, podem colocar em causa a sua legalidade.

«Os jogadores não vão estar mais disponíveis para suportar esta situação gravosa que estão a viver», disse Joaquim Evangelista, rotulando de colateral a questão processual do pré-aviso de greve.

Ainda segundo o dirigente, que irá reunir com o plantel da União de Leiria esta tarde, a questão do incumprimento dos cinco dias uteis não adianta nada para a situação e nem sequer irá ser discutida.

Neste reunião, marcada para as 14:00, e segundo um comunicado enviado, entretanto, pelo SJPF, «os jogadores vão confirmar as medidas imediatas a tomar, as quais passam pela confirmação da greve anunciada ou mesmo pela rescisão coletiva».

«Há uma coisa que vou garantir. Os jogadores, se não lhes forem pagos os salários exigidos, não vão jogar. Estão fartos e já chega de falta de respeito», explicou Joaquim Evangelista.

Para o presidente do SJPF, «compete à União de Leiria, à Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) e aos investidores do clube resolver este problema, independentemente das questões legais do processo».

«Os jogadores estão fartos que ninguém tenha uma palavra de solidariedade, ninguém se preocupe com eles, nem tente saber se têm meios para fazer face aos seus encargos familiares ou se comem», sustenta.

Joaquim Evangelista disse ainda que toda a gente sabe bem das consequências para a vida de casa um se não receber um mês de salário e desafiou as pessoas a, tal como os jogadores da União de Leiria, viverem com cinco meses em atraso.

«Toda a gente está preocupada com os pontos e se a situação vai afetar o clube A ou B, mas ninguém - atá à data - se preocupou com os jogadores, que são a questão central», disse.

O dirigente reafirmou a disposição de os jogadores não comparecerem ao jogo de domingo com o Feirense, e disso lhe irá dar conta esta tarde, «a não ser que alguém cumpra com as suas obrigações».