Fábio Silva era visto como uma das maiores promessas do FC Porto, mas em 2020 trocou os dragões pelo Wolverhampton, a troco de 40 milhões de euros. Agora, o avançado, que esteve emprestado ao Rangers nesta temporada, abordou a transferência, revelando pormenores inquietantes, numa entrevista ao 'Relevo'.

"Sabia que não era o momento. Não era minha intenção ir para o Wolverhampton nesse momento, queria ficar mais um dois anos no FC Porto. Fui quase obrigado. Disseram-me que, se não fosse, me colocariam jogar na equipa B, que se não fosse não ajudaria o clube porque estava sem dinheiro... Não tive escapatória. Tinha 18 anos e tinha terminado a minha primeira época completa, mas jogava apenas 15-20 minutos. Queria ficar no meu clube, no FC Porto, para ter um impacto maior", começou por explicar.

O destino também não era o que mais agradava a Fábio Silva, sendo que na opinião do próprio não foi de todo benéfico para a sua carreira. "Tinha outros clubes interessados, mas tudo apontava para que eu assinasse pelo Wolverhampton. Havia mais gente envolvida na transferência. Investiam mais dinheiro, mas no futebol acontecem coisas nos bastidores que não controlamos. Foi melhor para todos do que para mim. Não é segredo que não quero ficar e o clube também concorda. Agora temos de tentar encontrar a melhor solução", revelou ainda.

No entanto, há males que vêm por bem e o facto de não ter vingado em Inglaterra permitiu ao jogador, de 21 anos, ganhar outras valências e crescer como jogador. "Não é bom estar sempre a mudar de país. O Rangers tornou-me mais completo, joguei numa posição diferente, marquei golos, senti-me bem. Antes só jogava como 9, agora posso jogar em todas as posições do ataque. Aprendi a gerir melhor as minhas emoções. Quando tinha 18 anos, saía de um jogo e queria ver aquilo que estavam a dizer sobre mim nas redes sociais. Agora sei quando faço as coisas bem ou mal, sei ser autocrítico" , concluiu.