O treinador do Vitória de Guimarães, Rui Vitória, disse hoje que ficar fora das competições europeias de futebol na próxima época por questões relacionadas com o licenciamento na UEFA seria como «um tiro numa asa».

Apesar de garantida a presença nas competições europeias via final da Taça de Portugal (o adversário, o Benfica, vai disputar a Liga dos Campeões), subsistem dúvidas da participação dos minhotos por causa do sistema de licenciamento de clubes e dos regulamentos de "fair-play" financeiro da UEFA.

Estes dizem, no seu ponto quatro da alínea e) do nono anexo, que «se o clube que se está a candidatar ou qualquer empresa associada estiver a receber, ou já tiver recebido, proteção dos credores nos doze meses anteriores, o pedido de licença deve ser recusado».

Ora, o Vitória de Guimarães está sob um Sistema Extrajudicial de Recuperação de Empresas (SIREVE), ex-Procedimento Extrajudicial de Conciliação (PEC), desde julho de 2012, aprovado pelo Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e à Inovação (IAPMEI), plano que permitiu ao clube minhoto diluir no tempo as dívidas para com os seus credores (Estado, banca e privados).

O plano foi aprovado por 66 por cento das entidades credoras apresentadas pelo Vitória, a que corresponde um valor total de 11,6 milhões de euros, explicou em novembro de 2012 um parecer do Conselho Fiscal (CF) do clube, aquando da assembleia-geral para aprovação do relatório e contas da última temporada.

Confrontado com a possibilidade do Vitória ficar de fora das competições europeias, Rui Vitória respondeu: «isso seria um tiro numa asa, deixávamos de poder voar».

No caso dos vimaranenses não serem aceites pelo organismo que rege o futebol europeu, abre-se uma vaga para outro clube.

A agência Lusa tentou uma posição do Vitória de Guimarães, mas o clube notou que o processo é sigiloso e está a decorrer.