O Famalicão exigiu hoje um pedido de desculpas à Liga de clubes e ao Governo, defendendo-se no caso da criança impedida de estar com uma camisola do Benfica, no jogo da sexta jornada da I Liga portuguesa de futebol.

Em comunicado, os minhotos referem que "evitaram até ao presente pronunciar-se sobre o acontecimento", porque pretendiam "averiguar os factos com o rigor exigido", exigindo agora um "pedido de desculpas formal" a Pedro Proença, presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP), e ao secretário de Estado da Juventude e do Desporto, João Paulo Correia, por tudo o que foi dito sobre este assunto, responsabilizando o clube.

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"Exigimos um pedido de desculpa formal por parte do Dr. Pedro Proença, representando a Liga Portugal, e do Dr. João Paulo Correia, representando o Governo, pelas posições assumidas de uma forma extemporânea e ofensiva para a honra e bom nome do nosso clube”, lê-se.

O Famalicão defende que “todos os factos ocorridos estão contemplados no regulamento de segurança e de utilização dos espaços de acesso público, nomeadamente no seu artigo 28 número 2 para a época desportiva 22/23”: “Apenas é permitida a entrada e a utilização de adereços da equipa visitante nos setores B0 e B1 reservada aos seus adeptos”.

“Preside a esta norma um estrito critério de segurança. Bem sabiam, porque não podem desconhecer este regulamento aprovado pelas entidades que superiormente dirigem. Aguardamos serenamente pelo pedido de desculpas formal de quem gravemente ofendeu este clube quando tinha o dever de defendê-lo, com a certeza que nada nos desviará do caminho de fazer do Futebol Clube Famalicão um clube cada vez maior”, refere o clube.

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A SAD do clube famalicense lamenta "profundamente a situação vivida pela criança, que não merecia a exposição a que esteve sujeita e à qual o clube é totalmente alheio".

"Bem visível foi a mancha vermelha presente naquela bancada, onde não se encontravam, neste caso concreto, o pai e a criança. Nesse sentido, ao pai da criança foi transmitido pelos assistentes de recinto desportivo (ARD’s) e pela PSP a impossibilidade de aceder com adereços da equipa visitante a uma bancada que não a afeta ao público visitante", lê-se.

O clube alega ainda que o pai da criança expôs o filho "em tronco nu" e que, “quando informado das condições de acesso e permanência no estádio (nas quais se inclui a permissão de utilização de adereços visitantes exclusivamente no setor visitante) pelo assistente de recinto desportivo no primeiro ponto de controlo antes da entrada, o pai da criança optou por retirar a camisola alusiva ao clube visitante do corpo do filho, expondo-o em tronco nu”.

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O Famalicão garante que este facto pode ser atestado “através dos elementos da segurança privada e segurança pública presentes no local, assim como pela gravação de videovigilância do evento”, dizendo que o pai não procurou “uma alternativa para o seu acesso àquela bancada no cumprimento dos dispositivos regulamentares e legais”.

Além disso, o Famalicão que refere que "o Relatório dos Delegados da Liga Portugal não relata qualquer incidente em matéria de segurança, tendo o Futebol Clube Famalicão sido, inclusivamente, felicitado pela equipa de Delegados da Liga presente no referido jogo por esse facto".

A sociedade reitera um "cumprimento exemplar das funções para as quais estavam contratadas" as forças de segurança e diz que no jogo esteve presente "o maior contingente policial jamais visto no estádio, por decisão única e exclusiva da Polícia de Segurança Pública, destacando-se que não houve nenhuma ocorrência a nível de segurança".

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