O FC Porto voltou a reagir à decisão do IPDJ de aprovar o novo regulamento do Estádio da Luz, que corria o risco de interdição. Depois do comunicado a criticar Luís Filipe Vieira por ter negado o conhecimento da existência de claques do Benfica, foram lidos quatro exemplos dos autos do Ministério Público que visavam confirmar o envolvimento do presidente das 'águias' em temas relacionados com os No Name Boys.

Os documentos do Departamento de Investigação e Ação Penal do Ministério Público (MP) do Distrito Judicial de Lisboa, datados de 2008, foram apresentados no programa "Universo Porto", do Porto Canal, esta terça-feira à noite.

"O Gago, indivíduo pertencente ao grupo organizado de adeptos No Name, contacta o alvo e dá-lhe conta da reunião que manteve durante a tarde com o presidente do Benfica. Dessa reunião, o sujeito informa o alvo, que o presidente afirmou que na próxima época não haverá polícia no sector do grupo organizado de adeptos. Segundo o indivíduo, o presidente afirmou que vai tratar da polícia em três tempos, visto não a deixar entrar nesse sector. Afirmou também que o presidente vai correr com o Paulo Dias, segurança do estádio, por estes se dar com polícias. Ainda segundo o sujeito, o presidente autorizou, para a próxima época desportiva, que estes elementos usassem tochas e outras artefactos pirotécnicos, pois a polícia não ia fazer nada, que ele tratava do assunto. Segundo ordens do presidente do Benfica, vão-se iniciar as obras da "Casinha" dos No Name sob patrocínio do clube", pode ler-se no documento do Ministério Público.

Vieira, recorde-se, disse em conferência de imprensa não saber que o Benfica tinha claques. "Claques? Não sei que palavra é essa. Sei o que são sócios organizados. Nunca soube que o Benfica tinha claques. Se disserem que naquele espaço não estão sócios do Benfica... São todos sócios do Benfica e têm os mesmos direitos do que eu", referiu.