Ainda o jogo não tinha começado no Dragão e já se festejava golo nas bancadas: o de Dani Silva, em Guimarães, que viria a ditar a derrota do Sporting diante do Vitória SC. A motivação adicional já vinha do dia anterior com o empate do Benfica, mas a derrota dos leões - a primeira no campeonato esta época - oferecia de bandeja uma vitamina extra para o encontro com o Casa Pia.

E foi com Iván Jaime a titular, o que não acontecia desde Setembro, que Sérgio Conceição montou a remodelação no onze após a derrota com o Estoril. Uma novidade que não ficava por aqui: Fábio Cardoso ficou no banco substituído por Zé Pedro, enquanto David Carmo nem na ficha de jogo esteve. Apesar da recuperação de Zaidu, o técnico portista manteve a aposta em João Mendes na lateral esquerda.

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Evanilson... outra vez! E está batido o recorde de golos da época passada

Debaixo de uma chuva intensa, o primeiro aviso surgiu logo aos dois minutos com o Dragão a levantar-se para celebrar, mas em vão. Enorme oportunidade para os dragões, valeu Ricardo Batista a agarrar à segunda tentativa o remate de Eustáquio. Conforme se previa, entrada impetuosa dos dragões, que pegavam no jogo pelos colarinhos.

Os portistas dominavam, e já depois de um remate sem perigo de Varela, a tentar a meia distância, Taremi tentou uma bicicleta desajeitada com a bola a sair muito por cima. Entretanto o lance já tinha sido anulado, mas ficava mais uma prova do domínio portista, que não saía do meio-campo do Casa Pia, retraído, a tentar segurar a muralha defensiva.

Uma muralha que acabaria por ceder. Foi aos 12 minutos que o FC Porto chegou à vantagem por intermédio de Evanilson. Assistência de Eustáquio na esquerda e o brasileiro só teve de encostar. 11 golos na temporada 22/23 e está superada a marca registada na época passada. Explosão de alegria no Dragão, que percebia a importância de uma entrada triunfante na partida tendo em conta os resultados dos rivais. Dava frutos a pressão intensa promovida pelos jogadores azuis e brancos desde o apito inicial.

Apesar da boa atitude, o melhor que o conjunto lisboeta conseguia era aproximar-se, sem perigo, da baliza de Diogo Costa. Foi o que aconteceu aos 16 minutos na sequência de um livre. Uma bola bombeada na área, mas sem qualquer perigo. Os gansos mostravam muita dificuldade em ter a bola perante a pressão altíssima do FC Porto, o que motivou em duas ocasiões passes falhados do guardião Ricardo Batista, diretamente para a linha lateral.

Vinte e cinco minutos de jogo, vinte e cinco minutos de domínio azul e branco. Controlo quase absoluto espelhado por Pepê, que esteve muito perto do golo aos 28 minutos. Valeu o guarda-redes casapiano com uma excelente intervenção após o remate do internacional brasileiro.

Do lado do Casa Pia, que praticamente não se aproximou da baliza de Diogo Costa, destaque para um lance de alguma dúvida entre Pepe e o Clayton. O avançado dos gansos aproveitou um mau passe de João Mendes e disparou em direção à baliza portista. O experiente central apareceu e na disputa de bola o ponta-de-lança do Casa Pia acabou por cair. O banco dos lisboetas pediu falta, mas João Gonçalves e o VAR mandaram seguir.

Nos últimos 15 minutos do primeiro tempo, os dragões baixaram o ritmo e o Casa Pia começou a dividir mais o jogo, mas sem se aproximar da baliza adversária.

Exceção feita à única jogada de perigo efetivo, já na compensação. O cruzamento de Soma desvia em Pepe e obriga Diogo Costa a uma defesa muito apertada, com uma palmada a evitar o empate.

Apesar de estarem praticamente sempre por cima do jogo, os dragões iam para o intervalo a vencer apenas pela margem mínima, deixando a porta semiaberta para uma eventual reação dos gansos.

Zé Pedro foi o 'homem do leme' na 2.ª parte

Dificilmente o FC Porto podia ter recomeçado melhor a partida. Aos 49 minutos, canto batido por João Mendes, Zé Pedro ganha nas alturas e faz de cabeça o 2-0. É a estreia do jovem central a marcar pela equipa principal do FC Porto, que alcançava uma vantagem mais segura na partida com a segunda parte praticamente toda pela frente.

O jogo continuava vivo, embora a um ritmo mais baixo em relação à primeira parte. Já com Galeno e Grujic em campo, que entraram para o lugar de Iván Jaime e Alan Varela, o lance mais perigoso da segunda parte até esta altura (para além do golo) pertenceu ao Casa Pia. Um remate muito forte de Clayton só parou na trave da baliza de Diogo Costa. Grande chance para os gansos, embora houvesse dúvidas quanto à posição do avançado brasileiro.

Com o jogo aparentemente controlado, na mente de Sérgio Conceição parecia pairar o jogo decisivo de quarta-feira para a Liga dos Campeões. Em resposta às mexidas de Pedro Moreira, que já tinha lançado Fernando Andrade e Felippe Cardoso, o técnico portista lançou André Franco e Gonçalo Borges para o lugar de Pepê e Evanilson. As alterações fizeram bem à equipa, que chegou ao terceiro golo.

Um grande passe de André Franco descobriu Eustáquio, que ofereceu o golo a Taremi, no centro da área. O avançado iraniano rematou, Batista defendeu para a frente e na recarga, novamente o médio luso-canadiano, entregou a Pepe - que se limitou a encostar. Estava feito o 3-0. O capitão portista seria ovacionado um minuto depois, aquando da sua saída para a entrada de Fábio Cardoso.

Do jogo, houve ainda tempo para o golo de honra do Casa Pia. Jorgie atingiu Jajá quando tentava o corte, a jogada seguiu num primeiro momento, mas alertado pelo VAR o árbitro foi reviu o lance e assinalou o castigo máximo. Ao ex-dragão Fernando Andrade coube a missão de reduzir a desvantagem através de grande penalidade e não falhou. Era o 3-1, que fechava a história do jogo.

Com este resultado, o FC Porto cola-se ao Sporting no primeiro lugar e ultrapassa o Benfica na tabela. Na próxima jornada, dia 18, há clássico em Alvalade.

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