Fernando Gomes questionou todos os presentes no debate sobre a violência no desporto em relação ao tipo de adeptos de futebol que há em Portugal. Numa intervenção em que abordou o futuro e as tendências que se têm vindo a verificar no futebol, o presidente da Federação Portuguesa de Futebol reiterou que é preciso inverter o que se verifica.

"Que adeptos de futebol estamos a criar em Portugal? A análise da arbitragem tomou o centro do discurso, retirando protagonismo a treinadores e jogadores. Em nenhum outro país existe algo assim. É absurdo e destrói o valor do produto. Em Portugal temos um problema grave de apreciação do trabalho de arbitragem. É inaceitável que agentes desportivos contribuam para a destruição da figura do árbitro".

Sobre os incidentes que se têm verificado com adeptos, Fernando Gomes dá conta do aumento de incidentes e garante que é necessário alterar o rumo das coisas.

"Registámos o crescimento do número de incidentes em outubro. Todos os que aqui estão concordam que pode continuar e que é necessário inverter esta tendência", afirmou deixando ainda uma ideia: a criação de um entidade para gerir todos os casos que incluam violência.

"É necessária uma entidade autónoma no âmbito do Governo que tenha os meios e a capacidade de gerir tudo o que diga respeito à violência no futebol".

 O líder federativo salientou que o organismo que tutela está atento e a atuar em relação ao aumento dos casos de violência, enumerando o crescimento das multas em relação à última época: 26 por cento para o comportamento de adeptos e 245 por cento sobre os dirigentes.

"Defendemos regulamentos mais duros, que inibam as pessoas do futebol a contribuir para a destruição do setor", disse Fernando Gomes, acrescentando: "Temos um problema grave de apreciação do trabalho de arbitragem. É inaceitável que agentes desportivos contribuam para a destruição da figura do árbitro. Incentivamos os clubes a endurecer as penas para quem coloca em causa a seriedade dos árbitros".