Na grande entrevista à jornalista Fátima Campos Ferreira, da RTP, Bernardo Silva falou da forma como deixou o Benfica, em 2013/14, para rumar ao Mónaco, por 15 milhões de euros. Era a sua primeira época de sénior e terminou longe da forma como tinha imaginado, porque Jorge Jesus não contava com ele.

"Só queria dar o máximo para ficar ali, o meu sonho sempre foi ser jogador do Benfica, nunca tinha sonhado ser jogador do Manchester City ou do Mónaco, sonhava ser jogador da equipa principal do Benfica, a partir dai tudo o que viesse seria um extra", começou por dizer.

O médio ofensivo diz foi "legítima" a decisão do treinador "porque tinha outras opções", mas a sua saída não foi o melhor para o Benfica.

"Se calhar foi mau negócio, sim. Poderia ter dado outro proveito não apenas financeiro mas também desportivo, se calhar podiam ter ficado comigo pelo menos três ou quatro anos e depois terem-me vendido por um valor superior, talvez... [...] Dai vem um pouco a minha tristeza porque achei sempre que o clube me poderia ter segurado de outra forma", atirou.

Na entrevista, Bernardo Silva lembrou dos seus anos no Benfica e quando alguém da formação lhe disse que não chegaria longe.

"Disseram-me, na formação do Benfica: 'filho de doutor não dá jogador'. Eu levei um bocadinho a peito e fiz tudo o possível para que desse", afirmou à RTP.

Questionado se a sua sorte na carreira terá sido a dispensa de Jesus e a venda para o Mónaco, Bernardo Silva recordou que foram várias as pessoas no Benfica a tomarem a decisão de o vender ao emblema francês

"Um clube não é gerido apenas por uma pessoa, mas a um grupo de quatro ou cinco pessoas fortes no clube que, se percebessem de futebol, poderiam ter visto as coisas de outra forma, diria eu", sublinhou.

No Mónaco, o craque frisou que teve a sorte de trabalhar com vários portugueses que o ajudaram muito.

"Tive a sorte de trabalhar com Ricardo Carvalho e João Moutinho, que na altura eram jogadores do Mónaco, um diretor-desportivo que era Luís Campos e um treinador que era o Leonardo Jardim, uma família portuguesa eu me ajudou bastante", explicou à RTP.