António Fiúza deixou hoje a ameaça de que os clubes pequenos poderão parar a Liga, caso a decisão de alargamento sem descidas não seja ratificada pela Federação Portuguesa de Futebol.

O presidente do Gil Vicente é um dos rostos da maioria de clubes que aprovou na segunda-feira o alargamento da Liga a 18 clubes sem descidas de divisão, confirmando uma promessa eleitoral de Mário Figueiredo. «Não quero acreditar que a direção do Federação Portuguesa de Futebol vá tomar essa decisão. A direção de Fernando Gomes não pode apenas servir três ou quatro clubes e de alguns lobbies, tem sim de servir o interesse da maioria. Se ele tomar essa decisão, que vai contra a maioria, estará a fazer o que tem sido feito nos últimos anos, contrariando a ideia de rutura com o passado», disse o líder gilista.

«Os clubes, entre outras iniciativas, admitem parar o campeonato se for preciso recorrer a algo mais radical. Ou isto é uma democracia ou não é. Se em democracia os ricos é que mandam então nas próximas eleições legislativas só vale a pena convidar o senhor Belmiro Azevedo, Américo Amorim e a família Espírito Santo», ameaçou. 

Em declarações citadas no jornal A Bola, Fiúza atacou ainda a posição dos maiores clubes. «Em média são realizados 35 jogos por época, que corresponde a 35 fins de semanas e o ano tem 52 fins de semana. Façam as contas e vejam quanto é que os clubes gastam com jogadores quando estes são obrigados a terem quase três meses de férias. A razão pelos clubes grandes não querem o alargamento é unicamente para terem a hipótese de realizaram digressões pela Ásia, África e América. Se existir o alargamento são realizados mais jogos e reduz o espaço para essas viagens», concluiu.