O Benfica venceu o Boavista por 2-0 e regressou aos triunfos caseiros para o campeonato nacional depois da derrota com o Sporting na 8ª jornada.

Num jogo em que sofreu desnecessariamente, a equipa de Rui Vitória sentiu algumas dificuldades para 'furar' a muralha defensiva montada por Petit para a deslocação à Luz. O Boavista visitou o atual campeão nacional com a consciência de que não poderia disputar o jogo, ao contrário de outras épocas, com as mesmas armas que os 'encarnados' e por isso apostou numa estratégia ultra-defensiva com duas linhas de quatro jogadores muito próximos atrás da linha de bola.

Com Raúl Jiménez e Samaris no onze inicial, o Benfica cedo assumiu as despesas de jogo frente ao Boavista. Talisca fez companhia ao médio grego no meio campo encarnado, enquanto Gonçalo Guedes e Nico Gaitán procuravam desequilíbrios nas alas para servir Jonas e o avançado mexicano na área de Mika. O Boavista apresentou-se no Estádio da Luz com um bloco muito baixo de forma a retirar centímetros ao espaço dos jogadores mais criativos do Benfica, e a estratégia de Petit resultou grande parte da primeira parte. O primeiro remate à baliza de Mika surgiu apenas aos 10 minutos de jogo, e por intermédio de Sílvio. Os avançados 'encarnados' não criavam situações reais de perigo e apenas a poucos minutos do intervalo é que o Benfica chegou à vantagem num rasgo de génio de Nico Gaitán que aos 38 minutos serviu Gonçalo Guedes para um remate de primeira do extremo português.

No segundo tempo, o Benfica entrou com a disposição de garantir rapidamente o golo da tranquilidade, mas deparou-se com o Boavista mais atrevido e predisposto a subir mais jogadores para incomodar a baliza de Júlio César. Aos 55 minutos, Rui Vitória lançou Mitroglou para o lugar de Raúl Jiménez e algo mudou na frente de ataque do Benfica, com Jonas e Gaitán a surgirem mais soltos em zonas de finalização.

O domínio do Benfica mantinha-se, mas faltava objetividade e discernimento aos avançados 'encarnados' nos instantes decisivos. Aos 60 minutos, Jonas enviou, com estrondo, uma bola ao poste da baliza de Mika, e nas bancadas um suspiro em uníssono mostrava que a plateia 'encarnada' estava nervosa com a margem mínima frente a uma equipa que podia numa jogada de contra-ataque anular de um momento para o outro o rumo dos acontecimentos. Dez minutos depois do poste negar o golo a Jonas foi a vez de Gonçalo Guedes arrancar uma jogada galvanizada pelo corredor direito, mas o excesso de altruísmo do jovem jogador encarnado acabou por diluir-se numa jogada sem carimbo de golo. E logo no minuto seguinte, o Boavista desperdiçou uma excelente oportunidade de golo, quase dando razão à velha máxima de que 'quem não marca sofre', mas o chapéu de Zé Manel acabou por ser inconsequente perante Júlio César.

Com o jogo a encaminhar-se para o seu final, o Benfica intensificou as ações junto à grande área do Boavista, mas a defesa 'axadrezada' erguia-se como uma muralha 'espartana', auxiliada também pelo ferro da baliza, para para anular o perigo 'encarnado'. Antes do golo de Carcela aos 88 minutos, o Benfica ainda enviou mais duas bolas aos ferros por intermédio de Talisca e Jardel.

O triunfo do Benfica diante do Boavista garantiu a terceira vitória consecutiva à equipa de Rui Vitória depois da pesada derrota frente ao Sporting, e mostrou que os 'encarnados' estão na corrida aos primeiros lugares apesar de alguma instabilidade emocional.