"As imagens do túnel (circuito de videovigilância) fornecidas pelo Benfica ao processo demonstram que João Dias não aguardou pelos árbitros junto à cabina depois de alegadamente ir ao controlo anti-doping e à 'flash interview'", informa a mesma fonte da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP).

Essas imagens, referentes ao jogo Benfica-Nacional, da época passada, demonstraram que João Dias "seguiu os árbitros no percurso feito no corredor de acesso aos balneários" destinados àqueles, "até à cabina", tendo entrado nesta "imediatamente após os árbitros".

Por outro lado, o testemunho do assessor de imprensa do Benfica, Ricardo Maia, desmentiu a versão de João Dias, ao afirmar que este "nunca esteve na zona do 'flash interview', em especial quando ocorreram "os insultos de Paulo Gonçalves (assessor jurídico do Benfica) aos árbitros".

De resto, foi o próprio Ricardo Maia quem afirmou ter ouvido "tais insultos" ao árbitro Pedro Henriques e à sua equipa e "acorreu ao local".

Na sequência destes acontecimentos, ocorridos após o jogo entre o Benfica e o Nacional, no qual o árbitro Pedro Henriques anulou um golo nos minutos finais aos "encarnados", Nuno Gomes foi punido com dois jogos de suspensão e uma multa de 1.000 euros por "infracção disciplinar", apesar de o comportamento do avançado não ter sido mencionado no relatório de João Dias.

"Tal delegado presenciou, após o jogo, no túnel de acesso aos balneários e junto da equipa de arbitragem, comportamentos injuriosos de agentes desportivos, e tais comportamentos lhe foram comunicados pela mesma equipa de arbitragem", lê-se no acórdão da Comissão Disciplinar da Liga.

A mesma fonte da Liga adiantou que "a Comissão Executiva da Liga não convidou João Dias para a presente época desportiva, razão pela qual não faz parte do actual Quadro de Delegados da LPFP e não por ter abandonado tal quadro a seu pedido".