Jaime Marta Soares, presidente da mesa da Assembleia Geral do Sporting, considera que Bruno de Carvalho já não reúne condições para se manter na presidência do Sporting e avisa que, caso o líder dos 'leões' não avance com a demissão, a Assembleia Geral (AG) tomará as rédeas "para fazer regressar a paz" ao clube de Alvalade.
"Estão esgotadas as hipóteses de manutenção da atual presidência. Com Bruno de Carvalho não há paz no Sporting. Os sócios deram o sinal, disseram aquilo que querem [no jogo frente ao Paços de Ferreira]", afirmou o presidente da mesa da AG leonina à TSF, esta segunda-feira.
Jaime Marta Soares anunciou que vai marcar uma reunião da mesa da AG do Sporting, ainda esta segunda-feira, para decidir o que fazer caso o presidente do clube de Alvalade não se demita.
Bruno de Carvalho criticou na quinta-feira as exibições de alguns jogadores do Sporting, a seguir à derrota em casa do Atlético de Madrid (2-0), na Liga Europa.
Na sexta-feira, 19 jogadores do plantel, entre os quais Rui Patrício, William Carvalho, Fábio Coentrão, Coates, Gelson Martins e Bruno Fernandes, divulgaram um comunicado em que manifestaram "desagrado" com as críticas do presidente do clube.
Em resposta, Bruno de Carvalho partilhou um texto no Facebook, visível para os seus amigos na rede social, em suspendia os jogadores que subscreveram um comunicado e fazia saber que teriam de enfrentar a disciplina do clube.
No sábado, o treinador da equipa, Jorge Jesus, afirmou que os futebolistas não receberam qualquer nota de suspensão por parte do clube e garantiu que Bruno de Carvalho lhe deu "liberdade para convocar os jogadores" que entendesse para o jogo de domingo com o Paços de Ferreira, da 29.ª jornada da I Liga de futebol, o que aconteceu, com os ‘leões’ a vencerem por 2-0.
Antes do encontro, Bruno de Carvalho voltou a colocar um ‘post' no Facebook a criticar os futebolistas, afirmando que "serão mantidos os processos disciplinares" aos jogadores, que mancharam "o bom nome do presidente e do clube".
Este domingo, recorde-se, o presidente do Sporting foi à sala de imprensa comentar a contestação e os assobios das bancadas de que foi alvo no encontro entre o Sporting e o Paços de Ferreira e frisou que não voltaria atrás nas suas decisões de criticar publicamente os jogadores através das redes sociais.
"Todos nós temos o direito de mostrar os nossos descontentamentos. Fiquei vacinado depois dos assobios com o treinador Marco Silva, o que não é admissível é adjetivarem-se. Se querem a demissão, há um sítio próprio. Agora estarem-me a chamar nomes… A ingratidão soa-me como música, soa-me a cinco violinos. Não andei com as pessoas na escola, nem comemos do mesmo prato. Peço-lhes que vão chamar nomes, mas às pessoas da família deles. Agora, assobios, sim. Os adeptos têm direito a tudo", começou por dizer Bruno de Carvalho.
Perante a insistência dos jornalistas, o líder máximo do clube de Alvalade desvalorizou "os grupinhos" que pretendem a sua saída.
"As pessoas são livres de se expressarem e de serem ingratas, como é lógico. Os grupinhos são os de sempre: os da (bancada) Poente e da (bancada) Nascente. São uma organização que significa 10%", declarou.
Bruno de Carvalho voltou a abordar a sua mensagem partilhada no Facebook, depois da derrota (2-0) em Madrid, frente ao Atlético, referente à primeira mão dos quartos de final da Liga Europa, dizendo mesmo que adeptos são "de memória curta" e que o "post é normal".
"Esta ingratidão é de memória curta, faz parte da cultura do Sporting. Tenho a certeza que quem fez isto (assobiar e chamar nomes) ainda não leu o ‘post'. Vão muito cedo para as roulotes e quando lerem vão perceber. Continuo a achar que o ‘post' é perfeitamente normal e tudo isto é normal", argumentou.
Ainda sobre a mensagem que desencadeou toda esta situação, o presidente referiu que o "post só teve relevância" porque os jornalistas confrontaram o treinador Jorge Jesus com o assunto do texto na conferência de imprensa, em Madrid.
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