O regresso ao Benfica, o momento após a derrota frente ao Sporting, a longevidade de Pepe e o duelo dos quartos de final da Liga dos Campeões entre Real Madrid e Manchester City foram alguns dos temas abordados por Javi García, o treinador-adjunto de Roger Schmidt, numa entrevista concedida ao diário espanhol, 'AS'.

"Tirando o resultado negativo no dérbi com o Sporting, a aventura está a ser fantástica. Quando jogava em Lisboa, eu e a minha mulher apaixonámo-nos pela cidade e no momento em que o Benfica me contactou para passar de jogador a treinador-adjunto, não hesitei e vim para cá. Estou muito feliz", começou por dizer.

O antigo médio que representou o Benfica entre as temporadas de 2009/2010 e 2012/2013, falou ainda da qualidade e longevidade de Pepe, seu antigo companheiro no Real Madrid. Quando questionado sobre o que come o central todas as manhãs para se manter em forma aos 41 anos Javi García admitiu entre risos que: "Aqui, os de Benfica e FC Porto não falam muito [risos]. Como espectador, ver jogadores como ele a render a alto nível é admirável e invejável".

O coração nada dividido no Real Madrid-Manchester City

Quanto ao duelo, desta terça-feira, entre Real Madrid e Manchester City, Javi García admitiu que o coração torce mais pelos merengues, contudo, quando esteve em Manchester, entre 2012 e 2014, já se antecipava o sucesso que se seguiria.

"Já estava claro que queriam fazer algo grande e estavam a investir em jogadores de alta qualidade há muito tempo. Já tinham David Silva, Aguero, Tévez, Yaya Touré ou Nasri e agora têm jogadores de nível muito alto. Gosto muito de Bernardo Silva, Foden e De Bruyne são diferenciados, mas se tivesse de escolher um, diria o Rodri, por tudo o que ele significa para a sua equipa, ele é um pilar básico e, se eu tivesse que escolher um jogador para não jogar contra o Real, seria ele. Li que ele está há quase 60 jogos sem perder num campeonato tão competitivo como é a Premier League e isso parece-me demolidor. Haaland em baixo de forma? Melhor não confiar nisso. Tem 19 golos e 5 assistências, já sabemos o avançado que é...", proferiu.

"Cheguei a Madrid ainda criança, aos 14 anos e saí aos 22, isso marcou-me muito. A experiência em Manchester foi linda e permitiu-me realizar o sonho de jogar na Premier League, mas o Real Madrid deu-me tudo. Joguei com Ronaldo Nazário, o meu ídolo, tinha o quarto com posters dele. Mas Zidane foi quem mais me impressionou, grande trabalho a integrar os jovens. Se dissesse que o coração está dividido, estaria a mentir", recordou.

"Na temporada passada vi o Manchester City mais forte pela dinâmica que teve, mas penso que desta vez o Real Madrid chega melhor. O City tem uma grande equipa e Guardiola tentará surpreender de alguma forma, mas vejo o Real Madrid um passo à frente nesta ocasião", concluiu.