Contratado ao Sporting de Braga, Jorge Jesus vai estrear-se na recepção ao Marítimo, depois de ter substituído Quique Flores no comando técnico dos "encarnados", o que serenou a crescente facção de críticos do treinador espanhol, acusado de desconhecer a realidade do futebol português.

O entusiasmo dos adeptos benfiquistas, na expectativa de conquistar um título que lhes escapa há quatro anos, foi crescendo na medida dos anúncios de aquisições de peso: os brasileiros Ramires e Keirisson (este último emprestado pelo FC Barcelona), o argentino Saviola e o espanhol Javi Garcia.

Em conjunto com César Peixoto, os brasileiros Júlio César, Patric e Weldon e o argentino Shaffer, os reforços para a temporada 2009/10 custaram ao Benfica mais de 23,5 milhões de euros, para um encaixe de apenas 2,5 milhões, pela venda do grego Katsouranis ao Panathinaikos.

Pelo terceiro ano consecutivo, o clube lisboeta gastou acima dos 20 milhões de euros em contratações de jogadores, mas os resultados não têm correspondido ao investimento: quarto lugar em 2007/08 e terceiro em 2008/09.

Além da mudança de treinador e das contratações de futebolistas internacionais, os resultados da pré-época parecem justificar a confiança dos adeptos, animados com as vitórias no Torneio do Guadiana, Amesterdão, Guimarães e Eusébio Cup, esta última na recepção ao AC Milan.

Dos encontros de preparação, nos quais sofreu a única derrota na apresentação aos sócios, imposta pelo Atlético de Madrid, ressaltou também que os "encarnados" parecem ter abandonado a ideia de construir um "onze" com base na "espinha dorsal" da selecção portuguesa, chegando a alinhar de início sem qualquer futebolista luso.

Falhada a presença na Liga dos Campeões, a porta da fase de grupos da Liga Europa, substituta da Taça UEFA, parece entreaberta, depois de o sorteio ter colocado no caminho do Benfica o desconhecido Vorskla Poltava, vencedor da Taça da Ucrânia.

O defeso do Benfica ficou também marcado pelas eleições que reconduziram na presidência Luís Filipe Vieira por esmagadora maioria, após uma campanha eleitoral conturbada por providências cautelares que visavam suspender o acto e ameaças, não confirmadas, de impugnação.