O treinador do Benfica, Jorge Jesus, admitiu hoje a possibilidade de voltar a usar uma tática com três defesas-centrais no encontro frente ao Sporting de Braga, no domingo, da I Liga portuguesa de futebol.
Questionado em conferência de imprensa, no Seixal, sobre se o regresso de Vertonghen ao lote de jogadores disponíveis abria essa possibilidade, o técnico lembrou que já recorreu a esse esquema, pelo menos, quatro vezes nesta época e admitiu que pode voltar a fazê-lo.
“É uma possibilidade que se pode colocar. Não é a primeira, nem a segunda, nem a terceira [vez]. Este ano já jogámos quatro jogos assim, com uma ‘camuflada’. Se jogar o Vertonghen, o Otamendi e o Lucas [Veríssimo] é fácil perceber que são três defesas no corredor central, mas este ano já jogámos assim e desses três só jogaram dois”, admitiu o técnico.
Jesus referia-se ao empate (1-1) “no [Estádio do] Dragão”, onde Vertonghen fez ‘dupla’ com Otamendi no centro da defesa, mas o médio Julian Weigl 'funcionou' como terceiro defesa-central.
No entanto, descartou a hipótese de a melhoria de rendimento defensivo da equipa ser devida à entrada de Lucas Veríssimo, após a lesão do próprio Vertonghen, e lembrou que a sua equipa é, neste momento, a segunda menos batida do campeonato (17 golos sofridos), superada apenas pelo Sporting (11) nesse aspeto.
Questionado sobre o facto de Vlachodimos e Vertonghen se manterem no banco de suplentes, Jorge Jesus fez questão de 'separar as águas'.
"São duas questões diferentes. O Ody foi uma opção minha de mudança. O Vertonghen lesionou-se com o Arsenal e esteve vários jogos com problemas musculares, o que fez com que fosse mais fácil a entrada do Lucas Veríssimo. Há jovens que têm mais aptidão, conseguem ter esse conhecimento do jogo... Se há coisa que o Vertonghen tem boa é que conhece o jogo muito bem", elogiou.
Sobre o adversário de domingo, lembrou que o Sporting de Braga “é um rival forte”, com o qual o Benfica já jogou duas vezes esta época e não conseguiu ganhar, apesar de uma delas, nas meias-finais da Taça da Liga, ter coincidido com o período em que os ‘encarnados’ foram fustigados por um surto de covid-19.
Ainda assim, Jesus disse ter “a certeza” de que o Sporting de Braga vai “apertar” a sua equipa nalguns momentos e esta terá de “ter capacidade para aguentar e fazer a mesma coisa” a um adversário sobre o qual tem hoje mais conhecimento do que nas duas derrotas anteriores.
“O facto de o [Sporting de] Braga ter vencido esses dois jogos, se calhar, é melhor para nós, porque há dois consecutivos que não ganhamos, portanto, podemos corrigir algumas coisas que não fizemos tão bem nesses jogos. É nisso que estamos a apostar, no nosso conhecimento do rival, para amanhã [domingo] ganhar em Braga”, assumiu.
O técnico teve ainda tempo para falar da formação, para lembrar que é “importantíssima em todos os clubes” e também no Benfica, que “tem história de [lançar] jogadores que são mais-valias financeiramente”, mas lembrou que “não há um João Félix todos os dias” e refutou a ideia de que prefere apostar em jogadores mais experientes.
“Tomara eu que o Benfica para o ano possa ter dois, três ou quatro jogadores para jogar na primeira equipa, isso é bom sinal. Tirando exceções como o João Félix, que quando saiu da equipa B foi logo titular no Benfica, mas isso acontece com dois ou três jogadores em cada equipa. Todos os treinadores gostam de lançar jovens, não há nenhum que não goste”, frisou.
Instantes após a conferência de imprensa do técnico, a equipa do Benfica, atual quarta classificada, com 45 pontos, partiu para o Minho, onde vai defrontar o Sporting de Braga, terceiro, com 48, às 20:00 de domingo, em partida da 24.ª jornada, com arbitragem de João Pinheiro, da associação de Braga.
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