Antigo jogador de FC Porto e Benfica, o antigo defesa central internacional português João Manuel Pinto, que atualmente treina o Moura Atlético Clube, falou com o SAPO Desporto sobre o que espera do embate do fim-de-semana entre 'águias' e 'dragões' no Estádio da Luz, que pode valer o título aos azuis e brancos, e recordou também os tempos em que jogou o 'Clássico', olhando para a rivalidade entre os dois clubes.

"O objetivo dos jogadores é sempre o mesmo: ganhar. Mas claro que nestes jogos ainda mais. São os melhores jogos, os mais falados, aqueles em que toda a gente quer estar presente. Estes são sempre aqueles jogos em que os jogadores querem estar presentes. O próximo jogo é sempre o mais importante e quando o próximo é um Clássico a motivação é ainda maior", começa por apontar.

Sobre as características particulares do jogo de sábado, com o FC Porto a lutar para ser campeão e o Benfica já com posição definida na tabela, João Manuel Pinto sublinha que, ainda assim, as 'águias' não vão jogar apenas para cumprir calendário.

"Estamos a falar de duas equipas que têm sempre os mesmos objetivos, mas que neste momento têm tarefas diferentes: o FC Porto precisa de um ponto para ser campeão, o Benfica precisa de terminar uma época que não foi boa com uma nota positiva. É um jogo muito importante para o Porto, mas também para o Benfica, porque não quer ver o seu rival a festejar no seu campo, perante os seus adeptos. O jogo vai ser muito intenso e os jogadores vão ter de trabalhar muito não só a nível físico, mas também a nível mental e psicológico. O ambiente e a pressão vão ser enormes de ambos os lados. Mas os jogadores de um lado e de outro vão estar preparados. Claro que vai haver uma entrada ou outra mais dura, mas é normal", sublinha o antigo defesa central, durante a sua carreira disputou 110 jogos pelos 'dragões' e 52 pelas 'águias'.

"O FC Porto joga com dois resultados, o Benfica, ganhando continua a ser uma época falhada, mas não ganhando terá ainda mais uma nota negativa e será complicado, pelo que não será simplesmente cumprir calendário, porque nunca é bom ver o rival festejar. A equipa que estiver mais concentrada, correr mais, trabalhar mais, for mais agressiva e tiver mais bola sujeita-se a levar os três pontos", lembra.

Jogadores não conseguem ficar alheios à rivalidade entre os clubes

Inerente a qualquer embate entre Benfica e FC Porto está a rivalidade que une os dois emblemas. Um aspeto que João Manuel Pinto reconhece que é impossível não estar presente.

"Por mais alheio que um jogador tente ficar à rivalidade, a paixão dos adeptos e o mediatismo que o encontro vai tendo ao longo da semana não o permite e por mais respeito que se tenha pelo adversário e colega de profissão, queremos sempre o melhor para nós e o foco é sempre defender ao máximo as suas cores. Estamos a falar de duas equipas com uma rivalidade muito grande e isso depois transporta-se para dentro de campo, por mais focados que os jogadores estejam. O ambiente que envolve a partida condiciona sempre", aponta.

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"Penso que os jogadores, nesta altura, estarão focados e sabem o que têm de fazer. Os treinadores trabalharam nesse sentido e nem precisam de muito para motivar os jogadores. Os jogadores sabem com quem vão jogar e desde o início da semana, com o jogo tão falado nos jornais e televisão, é impossível fugir a isso", acrescenta.

"No autocarro íamos com uma vontade tremenda, íamos para a guerra"

João Manuel Pinto lembrou os tempos em que jogou os 'Clássicos' com uma e com outra camisola e apontou as diferenças.

"No meu tempo não era muito diferente. Tínhamos de estar muito concentrados, correr muito, lutar muito, trabalhar muito e honrar sempre a camisola em todos os momentos do jogo", começa por recordar o antigo central, que defrontou quatro vezes o Benfica como jogador do FC Portos e, depois, duas vezes o FC Porto como jogador do Benfica

"Quando estava no Porto e íamos jogar ao Estádio da Luz, no autocarro íamos com uma vontade tremenda. Íamos para uma guerra, no bom sentido. O ambiente era outro, a forma de entrarmos era outra, a adrenalina era outra. E transformávamo-nos completamente. Íamos com tudo. Do lado do Benfica, quando se defrontava o FC Porto era diferentes. Era mais calmo, mais tranquilo. Claro que era um jogo especial, mas mais por se tratar de um jogo grande, para ganhar, e não necessariamente pela rivalidade. São clubes diferentes, até pela região de cada um. Vê-se muito essa diferença entre o Norte e o SUl. Mas eram sempre, de um lado ou do outro, jogos fantásticos", explica.

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