Os jogadores da União de Leiria esperam que a Assembleia-Geral (AG) de acionistas da SAD, que decorrerá na sexta-feira, possa solucionar os salários em atraso, afirmou Patrick, um dos capitães de equipa.

Os três capitães de equipa reuniram-se na terça-feira ao final da noite com a direção da União de Leiria, dando sequência a uma série de encontros que os jogadores pretendem levar a efeito com vista à resolução dos salários em atraso.

«Esperamos que os maiores acionistas da SAD, como o Grupo Lena, a Media Capital e o nosso ex-presidente João Bartolomeu possam encontrar uma solução para o nosso problema», disse o jogador no final da reunião, que durou cerca de duas horas.

Segundo o capitão de equipa, o pré-aviso de greve mantém-se e o boicote ao jogo com o Feirense irá para a frente caso três meses de ordenados em atraso não sejam pagos. «Acreditamos que é possível alcançar a manutenção pelo que esperamos que os problemas sejam resolvidos e que possamos jogar. É isso que queremos. Mas se as coisas não forem resolvidas, mantemos a nossa palavra», sublinhou Patrick.

O presidente do clube, Mário Cruz, garantiu que vai «procurar sensibilizar as forças vivas da cidade», assim como os acionistas da SAD. «Se o problema não for solucionado o futuro do futebol profissional em Leiria está em causa», sublinhou.

O dirigente revelou ainda que o presidente demissionário da SAD, João Bartolomeu, está a «efetuar diligências no sentido de encontrar alguns apoios financeiros de forma a minorar a situação, pelo menos até à Assembleia-Geral».

O clube, disse ainda Mário Cruz, disponibiliza-se a «ajudar no que for preciso para que isto tenha um final feliz», mas não poderá «garantir nada porque a União de Leiria tem as "limitações que são conhecidas».

Salientando que ninguém quer o fim da equipa de seniores, o dirigente enalteceu a postura dos jogadores: «Nem lhes competia a eles ter este esforço e vir aqui reunir-se com o clube. Registamos esta atitude, que demonstra que não estão apenas preocupados com os ordenados em atraso, mas também porque gostam do Leiria e querem que isto tenha um final feliz».

Se a greve se concretizar, o clube não tem solução à vista, estando de parte a hipótese de jogar com a equipa de juniores. «Esse cenário não se põe, mesmo que fosse intenção do clube. As inscrições estão encerradas e só podem disputar os jogos os jogadores que estão inscritos», explicou.

O plantel da União de Leiria avançou com um pré-aviso de greve, após a reunião de segunda-feira com o Sindicato de Jogadores Profissionais de Futebol (SJPF).

Os jogadores decidiram continuar a treinar diariamente, mas, «se não for efetuado o pagamento de três meses de salário a todo o plantel até à véspera de cada um dos jogos em falta», a equipa decidirá «pelo recurso à greve sob forma de paralisação total do trabalho aos jogos frente ao Feirense, Benfica e Nacional», anunciou o presidente do SJPF, Joaquim Evangelista.