O jornalista destacado pelo jornal Público para a cobertura noticiosa do jogo entre Sporting e FC Porto, da 14.ª jornada da Liga portuguesa de futebol, foi hoje impedido de entrar no Estádio de Alvalade, em Lisboa.
Para justificarem esta decisão, os responsáveis leoninos argumentam que não receberam o pedido de credencial para o encontro, pedido, esse, que o Público garante ter enviado, através de correio eletrónico, na passada segunda-feira, dia 02 de janeiro, às 17h11 horas.
Em comunicado, a que a Lusa teve acesso, a direção do Público refere que, «como habitualmente faz sempre que há jogos em Alvalade», remeteu para o clube um email no qual se referiam os nomes dos jornalistas escalados para o jogo, «o que por si só basta para anular os argumentos do Sporting e para pôr a nu uma flagrante violação do direito de informar por parte de uma instituição de utilidade pública».
Face ao sucedido, a nota da direção esclarece que o Público acionará «todos os meios ao seu dispor para repor a legalidade».
«Os clubes de futebol não são entidades à margem do Estado de Direito e o Público não abdicará do seu papel de informar e de garantir aos seus leitores o direito de serem informados, como está previsto na Constituição da República», conclui.
Na sexta-feira, o jornal Público divulgou imagens colocadas nos acessos ao balneário da equipa visitante no Estádio de Alvalade, revelando cartazes com fotos de alguns adeptos de cara tapada, tochas nas mãos, com o braço em riste ou com tatuagens com a cruz de ferro, associado a movimentos da extrema-direita.
O clube lisboeta considerou que a divulgação de várias imagens nesta zona do Estádio, pelo jornal, na véspera do “clássico” entre Sporting e FC Porto, da 14.ª jornada da Liga portuguesa de futebol, tinha “o claro propósito de incendiar ânimos e provocar polémicas inúteis”.
Contactada pela agência Lusa, a diretora do jornal Público, Bárbara Reis, justificou a publicação das imagens dos acessos ao balneário da equipa visitante do Estádio de Alvalade com o «interesse público».
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