O presidente do Vitória de Guimarães, Júlio Mendes, revelou hoje que o clube da I Liga de futebol só estará na "zona de conforto" financeira daqui a quatro anos, após a Assembleia Geral, no pavilhão dos vimaranenses.
O relatório e contas da época 2014/2015, que confirmou uma queda do passivo para os 12,6 milhões de euros, foi aprovado por maioria, mas o dirigente esclareceu, após a reunião, que o “plano de pagamento aos credores” tem mais quatro anos, embora possa ser encurtado se as coisas correrem bem.
“Se formos capazes de ter sucesso, como nestes três, podemos antecipar isso. Se não tivermos, teremos de esperar esses quatro anos e sofrer, reduzindo a nossa capacidade de investir no futebol, que é o verdadeiro motor desta atividade", explicitou.
Para o responsável máximo dos vimaranenses, o segundo mandato na frente dos destinos do clube não será, a nível financeiro, mais fácil do que o primeiro, porque há um "conjunto de credores" que começa a entrar no plano de pagamento, com valores muito altos.
Júlio Mendes reiterou ainda que "o sucesso desportivo está dependente da capacidade financeira e vice-versa", acrescentando que o clube vive hoje sob um "paradigma" diferente do passado, em que os resultados desportivos não podem deixar o clube em risco.
"Hoje, não podemos, num momento de falta de dinheiro, recorrer ao banco para conseguir um empréstimo, só porque, mais lá à frente, vamos vender um jogador. Hoje, não conseguimos fazer isso por questões legais e por questões que têm a ver com o nosso passado", disse.
Apesar das restrições financeiras a que o clube está sujeito, o presidente considera que o Vitória deve manter a ambição de fazer "o melhor possível" com os recursos que tem.
"Nós, com muito menos, temos conseguido fazer mais do que outros que gastam milhões. É esta competência que temos de ser capazes de ter e também, à mistura, alguma felicidade, porque o futebol se faz um bocado disto. Se conseguirmos ter, vamos conseguir dar alegrias aos associados", salientou.
Sérgio Conceição substituiu esta semana Armando Evangelista no comando técnico do 13.º classificado da I Liga de futebol, estreando-se já, domingo, contra a ex-equipa, o Sporting de Braga, e Júlio Mendes está confiante no desempenho do novo treinador.
"Já lhe disse que este será o maior desafio da carreira dele. Era um sonho que ele tinha. Portanto, temos todos de olhar para ele como sendo o treinador do Vitória, dando-lhe condições para trabalhar e ter sucesso", frisou.
O dirigente dos vitorianos abordou ainda o descontentamento evidenciado por um dos sócios presentes na Assembleia Geral, que disse que, com Sérgio Conceição a treinador, continuaria sócio, mas deixaria de ir ao estádio, apelando aos adeptos para estarem juntos em torno do clube.
"Percebo a forma como ele sente e respeito. Tentei justificar aquilo que foi a opção que fizemos e lançar o apelo de que somos todos Vitória e temos de estar todos juntos", disse, acrescentando que o técnico "não pretendeu ofender ninguém", quando estava em Braga.
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