Orkun Kokçu deu uma entrevista ao jornal neerlandês De Telegraaf, na qual admite sentir-se frustrado com os primeiros seis meses de águia ao peito. O médio foi muito duro com o Benfica e com Roger Schmidt, ao lamentar a falta de influência que tem na equipa, deixando também críticas à forma como é aproveitado em campo pelo técnico alemão.

As respostas de Kokçu ao jornal dos Países Baixos, país onde atuou ao serviço do Feyenoord: 

Os primeiros seis meses no Benfica

"Não era o que eu esperava. Houve muita coisa que aconteceu no mercado de transferências no verão passado, fiz uma escolha consciente pelo Benfica com a ideia de que este era o melhor passo na minha carreira para me desenvolver ainda mais em todas as áreas. Isso aconteceu apenas em parte."

"Desde o início que nunca me fizeram sentir importante"

"Tive de seguir para a seleção turca imediatamente após o contrato. Uma apresentação no estádio? Não, não, tudo foi bastante rápido. Não pensei muito nisso durante o verão e também sou bastante modesto por natureza. Claro que vi como outros jogadores foram colocados em destaque em Portugal e noutros grandes clubes. Isso cria um certo status. Desde o início que nunca me fizeram sentir importante. Nem pelo treinador! Mas não sou o tipo de pessoa que bate o punho na mesa ou faz exigências, mas talvez tenha sido modesto demais justamente pelo papel que ele me deu"

A primeira conversa com Roger Schmidt

"Disse-me que teria uma função semelhante à que tinha no Feyenoord, onde defini as linhas de passe e os rumos do campo e sempre quis jogar para a frente. Mesmo que eu tivesse de perseguir e derrubar toda a defesa do adversário. Eu seria um jogador importante para ele, o clube também me disse o mesmo. O treinador não precisou de falar muito sobre o que pretendia de mim. Pareceu-me bastante lógico como deveria jogar no Benfica. [Schmidt] sempre me viu nos Países Baixos, joguei ótimas partidas contra ele, 'saberá o que fazer com minhas qualidades', pensei eu"

Um novo Kokçu em campo, menos confortável

"Sou um tipo de jogador de futebol mais eficiente para uma equipa se me derem liberdade. Quero dar muito mais à equipa. Na temporada do campeonato com o Feyenoord e em todos os jogos europeus com o Feyenoord estive melhor. Mesmo durante o Ramadão, como agora. Isso não me afeta. Schmidt prende-me demasiado a todo o tipo de tarefas [defensivas]. E isso não é necessário se quiseres mesmo rentabilizar as minhas qualidades. Eu consigo encontrar soluções no campo, penso à frente, sou conhecido pelo meu passe em progressão. Mesmo esta época, a estatística sublinha isso mesmo. Ainda posso significar muito mais para o Benfica, talvez seja aí que reside uma parte da minha frustração.

As substituições

"Deixou-me com raiva e dececionado. Naqueles exatos momentos, sabia que poderia significar muito para a equipa.

Recorde-se que Florentino, que ocupa a mesma posição que o médio turco, foi titular e jogou os 90 minutos nas últimas três partidas, tendo sido muito elogiado por Schmidt. Coincidência?