Depois da homenagem, Luisão respondeu a algumas perguntas dos jornalistas. O futuro, o que faltou a Luisão e os sucessores foram alguns dos temas abordados.
Melhor momento: "Há dois, o golo ao Sporting que nos deu o título, que hoje ainda cria alguma polémica, sabendo se foi falta. Pelas minhas filhas, não foi! E quando parti o braço. Confesso que ouvia muitas dúvidas e achei que a minha carreira tinha morrido mas a minha família é forte e houve pessoas que apostaram em mim. Renasci quando fomos tetracampeões.
Pior momento: "Difícil em 15 anos colocar um pior momento. Foi quando no campo não se percebeu o apoio da bancada e lutei pelos meus companheiros pelo apoio de fora. Houve jogos em que tentei defender os meus colegas. Acredito que o adepto tenha ficado chateado mas depois tudo voltou ao normal. Vivi dias tristes quando a equipa tomou postura contra o adepto."
Adversário mais difícil: "São muitos, é difícil dizer qual o mais difícil. O mais importante é estarmos preparados para todas as dificuldades."
Algum dia imaginou esta carreira: "Neste dias eu pensei muito sobre isso. Onde eu vivia, não tinha grandes hipóteses no futebol. Desde aí que eu luto mas nunca pensei um dia estar aqui, num dos maiores clubes do mundo. Eu não imaginava."
Antecipação do final de carreira: "O que me fez antecipar a decisão foi que a minha história foi escrita em 520 e tal jogos. Com cinco anos eu tocava na bola com o meu pai. A minha história foi escrita desde a Juventus, desde o Cruzeiro... Cheguei à conclusão de que estava na hora de dar o meu contributo fora de campo para a reconquista".
O que faltou: "Faltou uma conquista internacional. É uma das coisas que lamento, por tudo aquilo que o presidente propôs, nós estivemos em duas finais de Liga Europa e isso é uma coisa que vou lamentar para o resto da minha vida".
Porquê as relações internacionais e não treinador?: "Vamos ver. Vamos pensar no próximo passo. Tudo está encaminhado para isso. Hoje quero aproveitar o momento. Quanto a treinador... Não sei de nada. Só conheço a visão de dentro de campo, não poderia pensar nesse caminho. Os planos agora são outros. A prioridade será sempre a minha família, o caminho é longo, preciso de ter calma. Ainda não consigo chegar perto da qualidade de visão de jogo que existe hoje em dia".
Sucessão: "Assim como quando era capitão todos os jogadores eram treinados para serem líderes, hoje continua a ser igual. Esta semana pude assistir aos sub-19 e à equipa B e vi uma maturidade impressionante. Todos os jogadores têm essa capacidade. Se um dia eu cheguei a capitão e outros havia que podiam chegar a capitão... Hoje o Jardel passa a ser o nosso líder. Alguém usa braçadeira mas a liderança é dividida por todos e por isso estou tranquilo."
Deixar o clube ou terminar no Brasil? "Aqui cria-se muito a polémica quando não tive a maturidade para gerir uma proposta, acabando por falar algo que não era próprio devido à falta de experiência mas o presidente chamava-me e mostrava a visão do que ia acontecer. Não termino no Brasil pelo seguinte: no início aqui eram tantas as críticas. Uma vez vim treinar e acabei a chorar, dizendo que ia voltar ao Brasil porque não suportava a pressão. Mas o psícologo disse que tinha de voltar como vitorioso e pus na cabeça que faria história aqui. Benfica deu-me tudo."
Projeto de futuro e mensagem para os companheiros? "Descobri na carta para o Pai Natal que ela pediu que eu encerrasse a minha carreira e o meu projeto era esse. Sobre o futuro não consigo especificar. O que vivemos no dia é coisa inexplicável, nunca vão ter noção da amizade que o nosso elenco tem. É fantástico, todos os que jogaram desde a primeira equipa. Todos terão a porta da minha casa aberta."
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