O Presidente da República abordou nesta quarta-feira a situação que aconteceu na tarde de ontem na Academia do Sporting, em Alcochete, onde vários jogadores e treinadores foram agredidos por um grupo de cerca de 50 adeptos.
Marcelo Rebelo de Sousa disse ter-se sentido "vexado" com as agressões a jogadores e equipa técnica dos 'leões'.
"Tive o sentimento de alguém que se sente vexado pela imagem projetada por Portugal no Mundo. Vexado porque Portugal é uma potência, nomeadamente no futebol profissional, e vexado pela gravidade do que aconteceu", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa em Leiria.
O presidente da República disse ainda que os acontecimentos de ontem "graves" e que "não podemos normalizar ou banalizar sob pena de permitirmos escaladas más para o desporto e para a sociedade portuguesa."
O chefe de Estado considerou que esta não é uma realidade isolada, sublinhando que preciso criar um "clima de serenidade".

"Este tipo de factos criminosos não é uma realidade isolada. Tem um contexto, que é o aumento da violência no desporto português, nomeadamente no futebol. Não pode haver dois 'Portugais' - um Portugal que é estado de Direito Democrático e o outro que vive à margem deste Estado de Direito", disse.

"Temos de ter a noção que é fundamental para o próprio futebol, para o desporto, e para a sociedade portuguesa, que o clima criado, debatido no parlamento e objeto de chamadas de atenção do governo, não pode continuar", acrescentou.
Marcelo Rebelo de Sousa alertou ainda que esta escalada de violência vai "destruir o desporto português"
"Para mim uma coisa é óbvia: não podemos fazer de conta de que o que é grave não é grave, fazer de conta que é um caso isolado. Temos de parar para refletir. Este é o momento de tratar a escalada. Se não é travada agora, será travada mais adianta por meios mais agressivos", finalizou.

Questionado pelos jornalistas sobre se irá marcar presença na final da Taça de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa não respondeu.