Em entrevista ao site 'Goal', Matheus Pereira falou do percurso no futebol, de treinadores e daquilo por que passou no Sporting, antes de trocar os 'leões' pelo Nuremberga, apesar de ser apenas a título de empréstimo e de ter o regresso na mente.
"Estou na Alemanha há dois meses, a língua não é fácil, a alimentação também é diferente. Dentro de campo, por outro lado, já consigo apanhar algumas coisas. Estou no bom caminho, aos poucos estou a começar a sentir-me em casa. O futebol é muito rápido, não é muito à base da técnica, é mais à base da velocidade e da força, então ainda preciso de evoluir um pouco mais para atingir o nível deles. O jogo aqui é mais dinâmico. Preciso de mais ritmo, e para isso preciso de jogar. No geral, vejo que estou a progredir positivamente", começou por dizer Matheus Pereira.
Questiona sobre o que falta para ter mais sucesso dentro de campo, o jogador do Nuremberga não hesitou na resposta. "O que falta, na minha opinião, é um treinador que me dê confiança, que me diga: "Entra e faz aquilo que sabes fazer". Falta liberdade. No Chaves [em 2017/18], por exemplo, tive essa liberdade. O Luís Castro, que é muito bom treinador, deu-me total liberdade e disse exatamente isso: "Joga e faz o que sabes. Resolve". Se receber essa liberdade, acho que consigo mostrar o meu melhor futebol", afirmou.
Assim sendo, seria Peseiro o problema? "Cada treinador tem um estilo, todos têm características diferentes. É claro que também preciso de aceitar e respeitar algumas posições, mas, com a minha idade [22 anos], falta ser visto mais como aposta, falta receber mais confiança e liberdade. Mas estou tranquilo, no momento certo ainda vou 'rebentar' como todos esperam", garantiu.
Quanto à saída do Sporting, o jogador de 22 anos afirmou que foi tudo "uma questão de espaço". "Senti que não ia ter espaço no Sporting, então pedi para sair. Ser visto como promessa, e depois não ser aproveitado, acaba por impulsionar a procura por um novo clube, para poder jogar. Não dava para ficar encostado no Sporting mais um ano. Ficar parado faz com que uma pessoa crie barreiras a si própria. Poderia muito bem ter ficado no Sporting, tranquilo, à espera do meu momento, mas sou jovem, quero jogar. Quero evoluir", admitiu.
Por fim, Matheus Pereira foi confrontado com a publicação que fez nas redes sociais e que gerou um clima de tensão que culminou com a saída do Sporting. "Cada ação tem uma reação. A minha atitude acabou por gerar uma situação chata. Mas isso já aconteceu, está lá atrás. Acho que ainda há o que esclarecer, mas isso precisa de ser em privado, não deve ser exposto", disse.
"O pior que eu ouvi foi dizer que eu fugi de lutar por um lugar no Sporting. Isso não combina comigo, não sou assim. Desde os cinco anos que tenho corrido atrás dos meus sonhos, sempre batalhei e lutei. Nunca me escondi de nada! A crítica do José Peseiro marcou-me muito, aceito críticas construtivas mas o que ele disse não teve nada de construtivo", apontou.
Formado no Sporting, Matheus Pereira tem contrato com os 'leões' até 2022. Depois de ter sido emprestado ao Desportivo de Chaves na temporada passada, o avançado brasileiro está agora ao serviço do Nuremberga, onde conta até agora com dois jogos.
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