O presidente da Associação de Médicos do Futebol (AMEF), João Pedro Mendonça, defendeu hoje a necessidade de se «agilizar os meios para que em todos os jogos a assistência médica seja prestada com a maior celeridade possível».
João Pedro Mendonça, em declarações à Agência Lusa, sustenta que «há jogos em que a preocupação com aspectos relacionados com o bem-estar físico dos intervenientes e espectadores não vai além da ambulância à porta e bombeiros».
O responsável refere que, «tirando os médicos dos clubes das equipas intervenientes e alguns clínicos nos principais estádios, como a Luz, Dragão e Alvalade, há recintos sem qualquer corpo médico disponível».
Para debater esta e outras preocupações da classe, a Associação de Médicos de Futebol promove sábado, no Porto, um simpósio subordinado ao tema «Um Dia com a Segurança nos Estádios».
«Dar formação é uma das finalidades da associação, tal como promover um local de debate em que os médicos possam tomar conhecimento com os temas mais recentes e colocá-los em prática no seu dia-a-dia», defendeu.
Rui Araújo, do Hospital de Santo António e ex-presidente do Conselho Português de Ressuscitação, é um dos prelectores do simpósio e irá abordar a «Actuação de Emergência nos Estádios – Estratégia organizacional».
João Pedro Mendonça referiu que Rui Araújo irá partilhar a sua experiencia na área da assistência nos estádios, já que está ligado ao sistema de segurança no Estádio do Dragão e em outros recintos desportivos.
Emanuel Macedo de Medeiros, director executivo da Associação das Ligas Europeias de Futebol Profissional (EPFL), é outro dos participantes no seminário e irá apresentar o tema «Futebol e Segurança: uma visão Europeia».
O responsável irá abordar, entre outros assuntos, «as mais modernas formas de gestão nos estádios», no que toca a aspectos relacionados com a segurança, e as «práticas inovadoras no que respeita ao relacionamento entre os clubes e adeptos».
Emanuel Medeiros vai ainda falar sobre «o papel das diversas organizações cujas competências contribuem para a realização de um espectáculo desportivo sem incidentes e com o maior índice de conforto para os adeptos».
Esta análise irá englobar o papel das unidades policiais, a interacção com os organismos desportivos, o papel dos clubes nas relações com os adeptos e «tudo que contribua para um espectáculo 100 por cento seguro».
«Vou ainda expor algumas tendências avançadas e inovadoras, recentemente experimentadas em competições de topo», referiu à Lusa Emanuel Medeiros, numa antevisão da exposição de sábado.
João Pedro Mendonça quer que a AMEF seja um «parceiro activo» dos restantes organismos que tutelam o futebol e revelou que «decorrem conversações com a Liga Portuguesa de Futebol Profissional para que seja responsável pela acreditação dos médicos para a próxima época».
Criada em 1995, a Associação dos Médicos do Futebol (AMEF) tem assento e direito a voto na Assembleia Geral da Federação Portuguesa de Futebol (FPF).
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