"Sou benfiquista e vibrei com o título, embora não tanto como o meu pai, que é 'doente', e que só gritava ao telefone quando tentei falar com ele após a vitória sobre o Rio Ave", conta Miguel, "com pena de não ter podido corresponder ao convite" que lhe foi endereçado pelos responsáveis do Benfica para "estar presente na festa da Luz".

Um convite que significa que as relações com o clube estão normalizadas depois da sua saída conturbada para o Valência: "Na altura senti que era uma injustiça o que me estavam a fazer, mas não sou rancoroso e se amanhã me cruzar com o presidente Luís Filipe Vieira apertar-lhe-ei a mão sem problemas.

Quanto ao convite, vai haver outras oportunidades, até porque este Benfica vai ser campeão mais vezes".

Para Miguel, o "tempo ajuda a mudar as coisas" e está convencido que, tal como ele, os responsáveis do Benfica "também mudaram de opinião", razão pela qual "já o tinham convidado" antes para o jogo das estrelas a favor das vítimas do Haiti, onde participou "com todo o orgulho".

Acerca do mérito do Benfica pelo título de campeão, considera que nem se discute: "Foi um justo campeão, apesar de o Sporting de Braga ter feito um campeonato magnífico, pelo trabalho da equipa, mas, sobretudo, pelo mérito do Jesus, que confirmou o que eu já sabia, ou seja, que é um grande treinador".

No início da sua carreira, Miguel trabalhou com Jesus no Estrela da Amadora: "Sempre disse que tinha encontrado poucos treinadores como ele, e por isso não fiquei nada surpreendido pelo seu sucesso no Benfica. Não acredito que haja um único jogador que tenha trabalhado sob as suas ordens e que ponha em causa os seus conhecimentos tácticos, de campo".

O segredo de Jesus é, segundo o lateral do Valência, a forma como consegue "espremer ao máximo o potencial de cada jogador", aspecto em que "é fantástico".